27 DE NOVEMBRO DE 2017
OPINIÃO DA RBS
A OFENSIVA EM BRASÍLIA
Este não é o momento para demagogia e oportunismos eleitoreiros, mas para união em busca de uma alternativa de equilíbrio financeiro capaz de permitir ao Estado colocar as contas em dia
O desembarque em Brasília de uma comitiva reforçada - incluindo o vice-governador, José Paulo Cairoli, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, e o líder do governo na Assembleia, deputado Gabriel Souza (PMDB) - é a cartada decisiva do Piratini para tentar garantir a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal.
A saída política é a alternativa que se apresenta para tentar reverter o impasse gerado pelo parecer negativo da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) ao pré-acordo de socorro federal reivindicado pelo Piratini. Sem uma folga nos desembolsos dos compromissos da dívida e a autorização para buscar novas linhas de crédito, o Estado não tem como viabilizar suas finanças no prazo pretendido pelos gaúchos.
Com o impasse surgido nas negociações com a União, o governo arca hoje com o ônus de uma estratégia adotada nas últimas administrações, e chancelada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ao decidir não contabilizar como despesas pessoais os diversos benefícios relativos ao funcionalismo, o poder público conseguiu driblar por muitos anos a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ao mesmo tempo, mascarou a real situação das contas públicas gaúchas, criando um imbróglio que hoje se volta contra suas pretensões de socorro financeiro.
O importante, agora, é que a comitiva gaúcha aja com o máximo de transparência, expondo com clareza a real situação das finanças tanto para o governo federal quanto para a população gaúcha. A oposição, que neste momento comemora o entrave ao acordo, sob a alegação de a situação do Estado não ser tão grave quanto alega o Piratini, precisa agir com objetividade. Quem tem interesse na disputa pelo Piratini em 2018 deve deixar claro, desde já, o que fará para colocar as finanças em dia, na hipótese de uma vitória nas urnas.
Este não é o momento para demagogia e oportunismos eleitoreiros, mas para união em busca de uma alternativa de equilíbrio financeiro capaz de permitir ao Estado colocar as contas em dia e retomar os investimentos. O que for definido agora não tem a ver com os interesses de um ou outro candidato, mas com o futuro de todos os gaúchos.
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