quinta-feira, 3 de maio de 2012



03 de maio de 2012 | N° 17058
EFEITO DA SELIC

Corte de juro acelera mudança na poupança

Meta do governo é fixar regra de fácil entendimento para população

Depois de anunciar que seria preciso fazer alteração na forma de remunerar da caderneta, a presidente Dilma Rousseff deve anunciar hoje o que muda na mais tradicional aplicação do brasileiro. A presidente e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, passaram ontem em reuniões discutindo o assunto.

O resultado pode ser apresentado hoje em reuniões separadas com representantes do conselho político, dirigentes de centrais sindicais e empresários. O governo decidiu apressar as mudanças na regra de remuneração das cadernetas de poupança para abrir espaço para a continuidade dos cortes de juros.

Dilma avalia vincular o rendimento da aplicação financeira mais popular do país à taxa básica definida pelo Banco Central (confira quadro). O importante para o Palácio do Planalto é fixar uma regra de fácil entendimento para a população.

Segundo fonte da equipe econômica, a opção que ganhou maior adesão nos últimos dias é a que relaciona o rendimento das cadernetas à evolução da taxa básica de juros, Selic. A ideia é garantir que a caderneta pagará ao poupador 80% da Selic, que está em 9% ao ano.

Esse mecanismo explicaria parte da pressa do governo em anunciar a mudança ainda este mês. Se a nova regra entrar em vigor em maio, é possível que, em um primeiro momento, a nova poupança gere ganho maior do que o garantido atualmente, de 6,17% ao ano mais a variação da TR. Se for adiado para o fim do mês, a vantagem pode desaparecer, porque a expectativa é de um novo corte da Selic no dia 30 de maio.

Para o consultor em investimentos e presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais/Extremo Sul (Apimec-Sul), Marco Antônio Martins, a medida será tão bem-sucedida quando for bem explicada e compreendida pelas pessoas.

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