quinta-feira, 31 de maio de 2012



31 de maio de 2012 | N° 17086
PAULO SANT’ANA

Os dois sexos

A mulher é um ser mais frágil do que a criança.

Isso se dá pela superioridade física do homem. Tanto isso é verdade, que nas Olimpíadas as marcas dos homens em todas as modalidades de esporte são infinitamente maiores do que as das mulheres.

Intelectualmente, o homem não é superior à mulher. Tornou-se aparentemente superior em matéria intelectual à mulher porque séculos de poder machista se adonaram da liderança dos meios intelectuais através do poder, os homens tomaram conta dos livros, da História, das estratégias de guerra, da política, depois, dos meios de comunicação, e firmaram, assim, uma hegemonia sobre a mulher.

No século passado, houve uma reviravolta, e as mulheres iniciaram sua revolução, que vem sendo gradativa e levará talvez mais um século para que a mulher se equipare ao homem.

Eu fico impressionado quando vejo na televisão as mulheres discorrendo sobre todos os assuntos com uma desenvoltura que seria inacreditável no tempo em que eu era rapaz.

Fruto dessa revolução é a mudança em um setor da civilização que permaneceu no comando dos homens por milênios, os governos. Já nos dias de hoje, pode-se notar algumas mulheres governando as nações, os Estados, os municípios, as empresas e as repartições públicas.

O fator mais emblemático dessa assunção da mulher é um fato que pode parecer desimportante mas tem grande influência nessa mudança da relação homem-mulher na civilização: foi quando as mulheres passaram a ser integrantes das forças armadas.

Só aí se viu que não há diferença entre o homem e a mulher, porque o homem subjugava a mulher como o senhor da guerra, isto é, o senhor do poder, detentor exclusivo sobre todas as decisões, através da força.

Enquanto o homem manteve a superioridade sobre a mulher em todas as decisões, no entanto a mulher foi fundamental para essa supremacia do homem: a mulher foi o serviço de intendência do homem. O último e mais seguro refúgio do homem, o lar, sempre foi administrado pelas mulheres.

Foi na retaguarda preciosa das mulheres que o homem guerreiro e empreendedor encontrou o seu grande estímulo.

Se me fosse concedido morrer e nascer de novo, eu quereria ser mulher. Apesar de que, mesmo sendo homem, guardo muitos traços de delicadeza sentimental feminina.

Não posso fugir do lugar-comum, eu queria ser mulher, se nascesse de novo, para me tornar mãe.

Eu acho que a única forma de ser uma criatura humana completa é ser mãe.

A pessoa masculina é aflita e insegura por não ter podido ser mãe.

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