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segunda-feira, 3 de maio de 2010
03 de maio de 2010 | N° 16324
PAULO SANT’ANA
Um campeão com mérito
Por incrível que pareça, o primeiro tempo do Gre-Nal revelou um Internacional muito mais disposto à vitória e ameaçando a vantagem gremista.
No segundo tempo, imagino que o dedo de Silas agiu e o Internacional desapareceu de campo, desaparecendo junto a ameaça de que o Internacional chegasse ao segundo gol e com isso levasse a decisão do título para os pênaltis.
O Grêmio levou um susto do Internacional. O time de Silas parecia não ter sido condicionado psicologicamente para a decisão, ficou aparvalhado em seu campo vendo o Inter jogar.
Foi um terror para quem era gremista.
Mas veio afinal a conquista do título e a festa da torcida.
Foi merecido o título, o Grêmio foi o melhor dos disputantes do início ao fim do certame.
Sob certo aspecto, o Grêmio campeão gaúcho é uma surpresa. O Internacional foi sempre o favorito, é um time mais afirmado e que dispende mais recursos financeiros para manter seu time.
Mas o Grêmio também investiu, paga caro por sua folha de pagamentos, ninguém pode fazer futebol sem pagar grandes salários e contratar bons jogadores.
Nesse particular, parabéns à direção gremista: não poupou esforços financeiros para formar o seu elenco.
Custou caro o título, mas valeu a pena.
Ao contrário do que está afirmando a direção do Internacional, de que a Libertadores é prioritária para o clube colorado, numa espécie de fábula da raposa com as uvas, a direção do Internacional fez tudo para chegar ao título gaúcho.
Só quando terminou o jogo de ontem, com a intenção de absolver-se de qualquer acusação, resolveu insistir que a Libertadores era prioritária. Em realidade, os próprios dirigentes colorados, depois da derrota para o Banfield, afirmaram que eram duas as prioridades: a Libertadores e o Gauchão.
Depois de perdido o título regional, tentando tisnar o mérito e a festa gremista pelo título, veio com esta história de que a Libertadores era preferencial.
Preferencial? E me deram aquele susto no primeiro tempo de ontem?
Saber perder é ciência muito difícil de alcançar e dominar.
A vantagem gremista era muito grande. Ter feito dois gols no Beira-Rio era um handicap colorado muito difícil de transpor.
Eu confesso que me assustei com o 1 a 0 do primeiro tempo de ontem. Com o 1 a 0 e a atuação pálida do Grêmio nos primeiros 45 minutos.
Mas ainda faltava para o Inter mais um gol e além desse gol ganhar nos pênaltis. Ou seja, a vantagem gremista era enorme. Só eu, na minha doença pessimista é que não via isso.
Mas não seria enorme a vantagem se o jogo não fosse no Olímpico, o jogo em casa é sempre a maior vantagem.
Por isso que é mais fácil para o Internacional reverter os 3 a 1 do Banfield, o Inter joga com o Beira-Rio lotado. Reverter um resultado muito desfavorável e ainda ter de jogar na casa do adversário, isso é que se chama de resultado intransponível.
Vamos ver se o Grêmio usa bem o ambiente do Olímpico para manter a vantagem que tem sobre o Fluminense.
Jogar em casa é muito bom, mas terá o Grêmio força para repetir o que houve no Gre-Nal contra o Fluminense e pelo menos obter um empate em 90 minutos?
Quarta-feira é que dirá.
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