quinta-feira, 25 de julho de 2024


25 de Julho de 2024
INFORME - Rodrigo Lopes

Cautela

Cautela e canja de galinha nunca são demais quando se analisa pesquisas eleitorais. No Brasil, por certo. São retratos de momento, um recorte, que, ali à frente, pode mudar. E, não obstante, o cenário se altera. No caso dos EUA, é importante redobrar o cuidado. Cautela e canja de galinha ao quadrado. Principalmente porque lá - ironia das ironias, a mais tradicional democracia do planeta - a eleição é indireta. Quem elege, de fato, o presidente é o colégio eleitoral, formado por delegados cujo total, em cada Estado, é proporcional ao tamanho da população naquela unidade.

Daí, a importância de duas palavras: "The winner takes all" e "swings states". Parece cedo para falarmos sobre isso, mas esses termos são fundamentais para não cairmos em "achismos" ou interpretações precipitadas.

No processo americano, o candidato que vence em um Estado leva todos os delegados a que aquele tem direito no colégio eleitoral - na tradução "the winner takes all" ("o vencedor leva tudo"). Um exemplo real: Biden venceu Trump na Califórnia em 2020 com 63% dos votos. Como aquele Estado tem direito a 55 delegados no colégio eleitoral, ele acumulou esse total de delegados na contagem final. O eleito, no cômputo geral, precisava atingir, no mínimo, 270 delegados. Biden conseguiu 306. Trump, 232.

Por essa idiossincrasia do processo americano, nem sempre quem ganha no voto popular, vence no colégio eleitoral: Hillary, por exemplo, ganhou 65,8 milhões de votos na contagem geral, contra 62,9 milhões de Trump. Mas o republicano foi o eleito, porque chegou a 304 delegados, contra 227 de Hillary. Vamos à segunda expressão: "swing states". Olhe o mapa dos EUA na ilustração abaixo: por tradição, os democratas costumam ganhar nas costas, Leste e Oeste; e os republicanos no interior americano. Seja quem for o candidato democrata, vai vencer na Califórnia, por exemplo. É tradição. Assim como Trump em Oklahoma.

Mas há regiões indefinidas. Esse é o ponto. Há Estados em que ora o vencedor é democrata, ora é republicano. O comportamento é pendular - por isso, a expressão "Estados-pêndulos". É nessas unidades que os candidatos vão depositar sua atenção. E nós, também. Por isso, a cautela em relação às pesquisas nacionais. O que importa é como irão votar os eleitores de um punhado de Estados destacados abaixo. Em tempo: só três pesquisas foram publicadas desde a desistência de Biden nos swing states: na Pensilvânia, nesta quarta-feira, Trump tinha 47%, contra 45% de Kamala Harris; na terça-feira, na Geórgia, Trump tinha 48% contra 47% de Kamala; e, na segunda-feira, na Pensilvânia, Trump tinha 51% contra 45% de Harris. O resto é especulação. _

Os brasileiros e a enxurrada de memes sobre Kamala

Desde a desistência de Joe Biden na corrida eleitoral americana e o apoio de vários políticos americanos pelo nome da vice- presidente, Kamala Harris, na chapa democrata, os brasileiros não ficaram fora do principal assunto mundial e fizeram o que sabem fazer de melhor: memes.

Desde "excursões" saindo de São Paulo até o antigo jargão das últimas eleições brasileiras com o "vira voto", a internet sofreu enxurrada de brincadeiras e piadas sobre as eleições dos EUA.

Em uma das publicações, uma excursão saía da Praça da Sé, no Centro de São Paulo, tinha uma parada no Acre e seguia percurso até a Casa Branca. E ainda lembrava: "Não esqueça do título de eleitor".

Outro meme que rendeu comentários nas redes sociais foi sobre a fala da deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) em que ela escreveu em seu X, antigo Twitter: "Não devemos titubear em eleger a primeira mulher presidente dos EUA".

Ainda em 2022 durante as eleições presidenciais do Brasil, foi criada nas redes sociais uma campanha chamada "vira voto", engajada inclusive por famosos. Ela consistia em virar votos de um candidato para outros. A mesma estratégia foi usada nos memes agora com Kamala Harris. _

Apoio relativo

Uma "interpretação otimista", assim o Cpers acredita que o governo do RS entendeu o resultado da reunião da semana passada de suposto aval ao projeto de reestruturação das carreiras dos servidores, na avaliação do vice-presidente Alex Saratt. Para ele, até agora, só ocorreram propostas, não uma negociação.

O projeto contemplava reajustes para agentes educacionais, ou seja, servidores de escolas. _

Cheiro do 4º Distrito

Dispostos a mudar essa péssima memória olfativa, empresários de Porto Alegre estão empenhados em uma ideia inovadora: vão criar o perfume do 4º Distrito, na zona norte da Capital.

A área antiga, conhecida por sediar cervejarias e centros culturais e de inovação da cidade, foi duramente inundada em maio.

Sabe quando você passa por uma loja e, mesmo de fora, percebe aquele cheiro bacana? É essa a ideia.

Arlei Romeiro, presidente da Associação dos Empresários do 4º Distrito Vítimas da Enchente, explica que os gaúchos, ao circularem pelos estabelecimentos da região, poderão reconhecer um tipo de fragrância que será característica daquela área.

Para tanto, pretendem inclusive contratar um perfumista de São Paulo para entender qual seria "o cheiro" do 4º Distrito. 

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