MERCADO DE TRABALHO
Chapas que concorrem à reitoria da UFRGS definem propostas e prioridades
Mandato 2024-2028
O Consun deve realizar a eleição e encaminhar a lista tríplice dos mais votados ao MEC. Nenhum concorrente se apresenta como continuidade da atual administração
Após quatro anos de tensão entre a gestão da reitoria e parte da comunidade acadêmica, com protestos e pedidos de impeachment, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) realiza, neste mês, o processo de escolha de seus novos mandatários. Até o momento, três chapas disputam, e nenhuma se apresenta como continuidade da atual administração.
A chapa 1 destaca como bandeiras a democracia, a transparência e a defesa da autonomia da universidade. A chapa 2 foca em quatro eixos: estudantes, servidores, infraestrutura e conhecimento, e sociedade. E a chapa 3 quer fortalecer as ações afirmativas, a extensão, o trabalho com mudanças climáticas e a sustentabilidade.
A previsão é de que a eleição de reitor e vice-reitor para os anos de 2024 a 2028 passe por uma consulta informal a alunos, professores e técnicos- administrativos e, depois, por eleição formal feita por membros do Conselho Universitário (Consun), o qual enviará a lista tríplice, ordenada pelos mais votados, para o Ministério da Educação (MEC), que empossará uma das três chapas.
A novidade é que a consulta será paritária. Ou seja: os votos de alunos, docentes e técnicos- administrativos terão pesos iguais. Em 2020, por exemplo, se houvesse paridade, a chapa mais votada teria sido a 3, composta por Karla Maria Müller e Claudia Wasserman, e não a 2, de Rui Oppermann e Jane Tutikian.
Ainda assim, nenhuma das duas foi empossada pelo MEC, que tem a prerrogativa de escolher qualquer um dos nomes da lista tríplice e nomeou os candidatos da chapa 1, a menos votada, formada por Carlos André Bulhões e Patrícia Pranke. _
Os candidatos
Chapa 1
Composta por Liliane Ferrari Giordani, candidata a reitora, e Carlos Alberto Gonçalves, candidato a vice-reitor. Liliane é formada em Educação Especial pela UFSM e tem mestrado e doutorado em Educação pela UFRGS. Desde 2020, é diretora da Faculdade de Educação (Faced). Ela ressalta que a UFRGS, pelos índices, é de excelência, mas, na vida cotidiana, nem sempre. Cita como um dos exemplos a falta de políticas mais fortes de permanência e diversidade dentro da instituição. Liliane assegura que o diálogo com as comunidades interna e externa são o primeiro passo na busca pela excelência. Propõe a criação de um orçamento participativo.
Chapa 2
Composta por Ilma Brum, candidata a reitora, e Vladimir Nascimento, candidato a vice-reitor. Ilma é formada em Ciências Biológicas pela PUCRS, tem mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Fisiologia) pela UFRGS e fez pós-doutorado no Institut National de la Santé et la Recherche Médicale, na França. Ela é diretora do Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS). Para Ilma, administrar uma instituição do tamanho da UFRGS "já é difícil quando tu tem sintonia; quando não tem, fica absolutamente impossível", e isso, ela garante, a chapa 2 tem. Afirma que o orçamento será apresentado e discutido no Consun e nas unidades acadêmicas.
Chapa 3
Composta por Marcia Barbosa, candidata a reitora, e Pedro Costa, candidato a vice-reitor. Marcia é professora do Instituto de Física da UFRGS. Em 2023, assumiu como secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, cargo que deixou há dois meses.
A dupla avalia que a universidade precisa "sair da caixa e ir para a sociedade". Para isso, defende o fortalecimento de projetos de extensão, com a criação, por exemplo, de uma secretaria especial de emergências climáticas e ambientais, para reunir projetos.
A parceria com empresas é outra bandeira da chapa.
Consulta informal corre riscos de não ocorrer
A comissão que organiza a consulta informal à comunidade universitária, tradicionalmente parte da escolha da nova gestão da reitoria, divulgou ontem um comunicado informando que não obteve acesso ao sistema de eleições da instituição e aos dados dos votantes. A consulta está marcada para o dia 15 de julho.
Em e-mail enviado à comunidade acadêmica, a Comissão de Consulta Informal (CCI) relatou que demandou ao Centro de Processamento de Dados da UFRGS acesso ao sistema de eleições, o que foi negado. Diante disso, entrou em contato com a Coordenadoria de Certificação Digital da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que "realiza votações eletrônicas seguindo os mais rigorosos padrões e boas práticas em sistemas de votação", e o órgão se dispôs a realizar o processo.
Para que a UFSC faça a consulta, é necessário que a UFRGS forneça os dados dos votantes, o que não aconteceu até agora. A CCI diz ter enviado solicitações aos órgãos responsáveis pela guarda dessas informações, mas, por enquanto, não teve sua demanda atendida. Procurada, a UFRGS não retornou aos questionamentos sobre se disponibilizará as informações para a realização do pleito. _
Concurso Unificado terá resultado final em novembro
Novas datas
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) divulgou ontem o cronograma com as novas datas do Concurso Nacional Unificado, após o adiamento ocorrido em virtude da enchente no RS.
Além do dia da prova, que já havia sido anunciado no final de maio, foi apresentada a previsão de divulgação dos resultados finais, em 21 de novembro, e de início das convocações em janeiro de 2025.
Candidatos que, em função do adiamento, não tiverem condições de realizar a prova no dia 18 de agosto, podem pedir a devolução do valor da taxa de inscrição por meio da página oficial do certame entre hoje e domingo.
Nesse mesmo período, os 2,1 mil candidatos que moram no RS e se inscreveram para fazer a prova em outro Estado ou que moram em outro Estado e se inscreveram para fazer a prova no RS também terão a opção de alterar seu local de prova.
Cronograma
5 a 7 de julho: abertura do sistema para solicitação da devolução da taxa de inscrição
5 a 7 de julho: abertura para candidatos aptos a solicitar alteração do local de prova
7 de agosto: cartões de confirmação para os candidatos disponíveis
18 de agosto: provas objetivas e discursivas
18 de agosto: divulgação dos cadernos de prova
20 de agosto: divulgação preliminar dos gabaritos
21 de novembro: previsão de resultados finais
Janeiro de 2025: previsão para convocação
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