Show de horrores no trânsito da Capital
Não se deve generalizar. E falta de respeito à lei não é algo restrito à categoria. Motoristas de aplicativos e condutores em geral param em fila dupla com muita frequência, têm comportamento agressivo e passam com o sinal vermelho. Mas esse é outro problema, que vou tratar mais adiante. Este texto é sobre a conduta dos motociclistas que põem em risco suas próprias vidas, a de pedestres, ciclistas e outros atores do trânsito.
Basta ficar parado em uma esquina movimentada na Capital para testemunhar as infrações: eles desrespeitam limites de velocidade, andam na contramão, sobre as calçadas, violam a preferencial, cruzam o sinal vermelho, andam entre carros a ponto de arrancarem espelhos retrovisores. Sem falar do som ensurdecedor do escapamento aberto.
A coluna se solidariza com os motoboys que respeitam a lei. Mas é um problema que precisa ser enfrentado por profissonas sérios - sob pena de serem colocados no mesmo saco dos irresponsáveis.
O presidente do SindiMoto RS, Valter Ferreira, reconhece o problema. E dá um dado estarrecedor: segundo ele, 30% dos motociclistas que atuam no setor de telentrega não têm Carteira Nacional de Habilitação. Ele fala sobre Porto Alegre, mas arrisca que o percentual seja semelhante na Região Metropolitana.
São esses que, infelizmente, sujam a roupagem de quem trabalha sério - afirma o dirigente da entidade.
Questionada sobre a aparente falta de fiscalização nas ruas, a EPTC informa que os motociclistas têm sido o foco nas ações de conscientização no trânsito mediante ações educativas e junto com as entidades do setor. Além disso, foram ampliadas as fiscalizações. Na última semana, diz o órgão, 62 motociclistas foram abordados em cinco operações. Além da habilitação, itens obrigatórios para motociclistas e situação das motos para garantir a segurança viária são avaliados. De janeiro a abril de 2024, em 56 ações da Operação Duas Rodas, 4.846 motocicletas foram abordadas, com o recolhimento de 179 delas. Além disso, 1.505 motocicletas foram autuadas por alguma irregularidade. Denúncias devem ser feitas pelo 156 ou 118. _
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