Assunto controverso, contraponto necessário
A resiliência, que tem estado nos trending topics e nos exemplos de reconstrução após as cheias que atingiram o povo gaúcho, é uma das marcas do setor do tabaco. O Rio Grande do Sul é o maior produtor no país e tem, em Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, na região do Vale do Rio Pardo, a maior concentração de usinas de beneficiamento de tabaco no mundo.
O SindiTabaco, entidade que represento desde 2006, está completando 77 anos e tem atuado no fortalecimento da cadeia produtiva do tabaco, visando à manutenção da renda e dos empregos gerados por este importante segmento da economia gaúcha. Em um cenário dinâmico e muitas vezes desafiador, temos demonstrado capacidade de adaptação. Mas o que até pouco tempo atrás se limitava a questões burocráticas, de regulamentação e de tributação, passou ao âmbito da comunicação.
Nesta área, temos dado visibilidade à importância social e econômica do tabaco para centenas de municípios e promovemos práticas que tornam o tabaco brasileiro um dos mais requisitados do mundo. Ao mesmo tempo, sofremos constantes ataques por conta do produto final, que é legal e uma escolha adulta.
Como um entusiasta da comunicação assertiva e imparcial, não foram poucas as decepções em torno de temas que outros setores poderiam considerar sensíveis. De poluidores a escravagistas, têm sido muitas as linhas enviesadas escritas, especialmente na última década. São anos de posicionamentos em que temos apresentado números, pesquisas e iniciativas pioneiras que acabam editadas, sublinhadas ou descartadas. Não raro, o mau exemplo de um é usado para caracterizar 130 mil produtores que vivem dignamente desta atividade.
Ao apresentarmos o paper "Assunto controverso, contraponto necessário", oferecemos um canal para a informação completa, tão necessária em tempos de dicotomias. Convido à leitura do documento, disponível na íntegra em nosso site. Perseverantes e otimistas, seguiremos resilientes no contraponto, escrevendo a história junto ao povo gaúcho, com coragem, fé e otimismo: tabaco é agro. _
Iro Schünke
Presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco)
Perseverantes e otimistas, seguiremos resilientes no contraponto, escrevendo a história junto ao gaúcho
É o meu Rio Grande do Sul
Foi do atento economista Aod Cunha, entrevistado no programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, que ouvi um preocupante dado sobre o pós-desastre em Nova Orleans, nos Estados Unidos. Lá, a despeito da reconstrução executada com aporte de mais US$ 120 bilhões (R$ 657,6 bilhões na cotação atual), 20% da população foi embora depois da tragédia que vitimou 1,5 mil pessoas em 2005. Dois em cada 10 moradores decidiram abandonar a região diante do episódio tenebroso que teve origem no furacão Katrina, mas foi letal principalmente pelas falhas no sistema de proteção da cidade.
E por que este número deve acender em nós um alerta importante?
Porque estamos diante de um trauma violento pelo qual passou (e está passando) o nosso Rio Grande do Sul. Se é verdade que não tivemos um número de mortes tão elevado, é infelizmente real a escala territorial muito maior do episódio estabelecido em solo gaúcho, onde 90% dos municípios sofreram prejuízos pela enchente de maio. A se considerar que mais de 400 cidades foram castigadas, como assegurar que a população opte por permanecer no Estado de forma segura e confiante pelos próximos anos? Como reter talentos e mentes criativas em nossas universidades, empresas e instituições públicas?
E mais: como ser capaz de atrair investidores, conquistar novos projetos e trazer de volta o turista para nossas terras?
É um desafio tremendo. Tenho pensado muito sobre o aspecto apontado pela competente Anik Suzuki, gaúcha, à frente da ANK Reputation, em artigo publicado aqui nesta Zero Hora. Ela aponta a necessidade de darmos luz, mais do que nunca, para as marcas positivas que o Rio Grande do Sul dispõe: uma mão de obra extremamente qualificada, um parque industrial robusto, uma produção agrícola pujante, um povo acolhedor. Nossa serra gaúcha é deslumbrante - e está funcionando com todos seus atrativos! -, o Vale dos Vinhedos é espetacular e, como gosta de dizer um amigo, nossos cânions não devem em nada aos cenários gringos.
É tempo de reconstrução, sim, mas é também tempo de fé no que é nosso, de cuidarmos de quem reside aqui e de mostrar confiança para quem é de fora, a fim de fazer valer os versos da música, de "mostrar para quem quiser ver um lugar pra viver sem chorar". _
É tempo de reconstrução, sim, mas é também tempo de fé no que é nosso
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