quarta-feira, 17 de julho de 2024



17 DE JULHO DE 2024
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

A liderança da UFRGS

Se a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fosse um município gaúcho, seria o 44º com maior população do Estado. Teria mais moradores do que Canela, Osório e Torres, por exemplo. A comunidade acadêmica da UFRGS é constituída por cerca de 50 mil pessoas, sendo 30 mil estudantes de graduação, 13,5 mil de pós-graduação, 2.970 professores, 2.337 técnicos-administrativos e 1.308 terceirizados. Daí a importância da UFRGS e o do debate sobre quem irá liderá-la pelos próximos anos.

Como se viu nas últimas semanas, as articulações políticas para a escolha da nova reitoria emulam os desafios que a própria democracia enfrenta no Brasil e no mundo: polarização, interferência político-partidária direta, desinformação e bate-boca em redes sociais.

Na eleição, a Chapa 2, constituída pela diretora do Instituto de Ciências Básicas da Saúde, Ilma Brum, e por Vladimir Pinheiro do Nascimento, diretor da Faculdade de Veterinária, venceu a consulta à comunidade. Por decisão da Justiça, o processo de escolha não teve paridade, ou seja, o voto de docentes, técnicos e estudantes não teve o mesmo peso no resultado. O voto dos professores valeu mais - 70%, contra 15% das demais categorias.

O processo, no entanto, está longe do fim. Foi cumprida apenas a primeira etapa de um roteiro que incluirá, ainda, votação do Conselho Universitário (Consun) e nomeação pelo governo federal.

Nos bastidores, fontes da comunidade acadêmica relatam clima tenso. A Chapa 2, vencedora, conquistou amplo apoio de professores. A Chapa 3, que tem como integrantes Márcia Barbosa, ex-diretora do Instituto de Física, e Pedro Costa, professor da Escola de Administração, reivindica vitória se o voto fosse paritário. Uma das primeiras dúvidas, segundo fontes na universidade, é como será montada a lista tríplice (Chapa 2 ou Chapa 3 em primeiro?). 

Alguns defendem que teria de ser na ordem decrescente (Chapa 2, Chapa 3 e Chapa 1). Na sequência, a lista vai para o Ministério da Educação, que tem a palavra final sobre o nome - leia-se o presidente Lula. Normalmente, a pasta respeita a escolha da comunidade e nomeia a mais votada por ela, mas em 2020, Carlos André Bulhões registrou a menor votação e foi o escolhido pelo governo de Jair Bolsonaro.

Daí outra dúvida: Lula pode escolher quem quiser. Seguirá seu gosto pessoal ou respeitará o resultado da eleição da comunidade acadêmica?

Em resumo, serão dois meses de fortes emoções. Em meio ao bate-boca, o terceiro grande debate, que deveria ser fundamental, acaba ficando em segundo plano: autonomia x soberania. A UFRGS é uma autarquia federal e, portanto, deve seguir a lei. Dispõe de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial. Mas não é soberana. Em última análise, não pode definir, sozinha, quem irá liderá-la e tampouco as regras que irá ou não obedecer. _

Sérgio Matarella, governador Eduardo Leite e vice Gabriel Souza

Em visita ao Estado, presidente da Itália conhece Centro Recomeço em Canoas

Durante sua visita ao Brasil, o presidente da Itália, Sérgio Mattarella, esteve no Rio Grande do Sul e conheceu ontem as instalações do Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, em Canoas.

O local acolhe famílias que perderam as casas durante a enchente. O espaço é gerenciado pela agência da Organização das Nações Unidas para as Migrações, que, inclusive, tem um italiano à frente. No mês de maio, o Estado recebeu 30 toneladas de ajuda humanitária da Itália.

- Temos coisas em comum entre os brasileiros e os italianos, a sensibilidade, a cultura, as ofertas pessoais. E é por isso que estamos aqui, porque estamos em proximidade. É fundamental o nosso consenso e a amizade de todos - afirmou o presidente.

Segundo o governador Eduardo Leite, a visita de agora reforça os laços entre o país e o RS.

- Não apenas para celebrar acordos comerciais, parcerias culturais, mas também em função dos próprios apoios em situações extremas como essa. Agora vou me dirigir junto ao presidente, para identificar todos os tipos de parcerias possíveis. Esse gesto é uma cortesia e, ao mesmo tempo, uma demonstração de sensibilidade, de carinho com o povo gaúcho que foi afetado - disse Leite.

Entre as possíveis oportunidades destacadas pelo governador estão parcerias acadêmicas entre as universidades, comerciais e, quando o aeroporto Salgado Filho estiver em funcionamento, viabilizar voos diretos entre o Estado e a Itália. _

Estações de tratamento de esgoto com potencial reúso de água

Imigração no RS

Por que J.D. Vance não é uma surpresa

As estações de tratamento de esgoto Sitel, em Triunfo, a Serraria e Navegantes, em Porto Alegre, e a de Alegrete são as unidades que apresentam maior potencial de reúso de água para fins industriais. Pelo menos é o que afirma um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do RS (Fiergs) e do Observatório da Indústria do RS.

As quatro destacadas têm altas vazões e potencial de abastecer futuras demandas industriais próximas.

Ao todo, a CNI avaliou 159 estações de tratamento de esgoto e fez análises individuais em cada uma, levando em consideração as características das próprias estações e das demandas industriais próximas. Mais de 10 estações apresentaram maior potencial de reúso de água.

O estudo também apontou o índice de aptidão de reúso, que avalia todo o território do Rio Grande do Sul e indica quais áreas, de forma mais abrangente, dispõem maior potencial de reúso, com destaque para Candiota, Santa Maria e Camaquã.

Os 150 anos de imigração italiana no RS serão comemorados em maio de 2025. O governador Eduardo Leite criou em abril deste ano uma comissão para preparar os festejos:

Temos a convicção de conseguir estabelecer uma programação robusta.

O presidente Sérgio Matarella lembrou dos imigrantes.

- Foram inúmeros que vieram e foram acolhidos de braços abertos, como Giuseppe Garibaldi - afirmou. 

Senador por Ohio, J.D. Vance tem muito a oferecer - aliás, a escolha do vice, nos EUA, é uma decisão pessoal do candidato. Trump avalia que a lealdade é a principal característica de um vice. E ele preenche dois requisitos: da confiança e da utilidade.

Sobre utilidade: o senador é jovem, tem 39 anos, serve como contradição ao próprio Trump, com 78, e a Biden, com 81.

Falando em Ohio, é um swing state - Estado que ora vota nos democratas, ora nos republicanos. Uma máxima da política americana diz que ninguém chega à Casa Branca sem vencer em Ohio.

Sobre alinhamento: Vance é muito próximo a Donald Trump Jr, filho do ex-presidente.

Se faltava alguma prova da lealdade, ela veio após o ataque a tiros, quando o senador afirmou em suas redes sociais que o ato era resultado do discurso democrata que falava: "Trump precisava ser parado a qualquer custo". _

INFORME ESPECIAL

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