Alvo de críticas, o mercado financeiro é o vilão?
Criticado por muitos, especialmente pelos últimos presidentes do Brasil, o mercado financeiro não é vilão. Ao contrário, um país com essa área forte e bem fiscalizada sinaliza maturidade econômica da população e tem um bom ambiente para negócios de empresas. Mas por que a coluna traz essa discussão agora? Porque, nesta briga do presidente Lula com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e com a disparada do dólar, os investidores voltaram a estar no alvo das metralhadoras de críticas. O ex-presidente Jair Bolsonaro também desdenhava deles quando suas declarações contra a Petrobras repercutiam na bolsa de valores e no câmbio.
Uma sociedade com pessoas que economizam e investem tem uma saúde financeira melhor. Isso porque as famílias têm mais tranquilidade, finanças controladas e um bom colchão de dinheiro para imprevistos. Sim, temos pobreza alta e abismo social no Brasil, mas também temos muito descontrole financeiro que resulta em alto endividamento e inadimplência, com parte da renda jogada pela janela para pagar juros estratosféricos. Com uma parcela maior da população economizando para o longo prazo, não precisaríamos de uma previdência pública tão pesada.
Pessoas que guardam dinheiro
Há especuladores que ganham na perda do outro? Claro, como há desvirtuamentos em qualquer área ou profissão. Mas estamos aqui falando daqueles que vivem com um padrão de vida menor do que poderiam (meu mantra de vida, aliás) para guardar dinheiro para a faculdade do filho, o intercâmbio da família, a compra da casa sem se abraçar em um financiamento de décadas ou mesmo para aposentadoria.
Essas pessoas ou quem cuida do dinheiro delas, como um assessor financeiro, investem nas mais diversas aplicações. Uma delas pode ser o Tesouro Direto, ou seja, o dinheiro economizado pelo João é emprestado ao governo federal para financiar medidas do poder público. Já a Maria pode deixar sua economia na poupança, cujo recurso financia moradias. O Pedro, por exemplo, é um pouco mais ousado e prefere comprar ações na bolsa de valores. Com isso, ele ajuda a financiar empresas, que buscam no mercado de capitais dinheiro para expandir seus negócios, construindo mais fábricas, lojas e abrindo empregos.
Se houver estabilidade e fiscalização adequada, um mercado financeiro saudável é "um jogo de ganha, ganha", bom para quem investe, quem recebe o aporte, para a economia e para políticas públicas. _
O famoso resort de Florianópolis (SC) Costão do Santinho busca gaúchos atingidos pela enchente para preencher 45 vagas de emprego. O salário chega a R$ 5,5 mil e tem alojamento. Currículos pelo e-mail rhu@costao.com.br.
Quem são os rentistas
Mas, afinal, quem são esses "rentistas" que tanto são criticados? No geral, o termo é usado de forma errada, referindo-se a quem vive de renda e que, em tese, aprecia um país com juro alto, que remunera bem aplicações financeiras, mas corrói o ambiente de negócios. Digo em tese, porque, em geral, investidores também não querem uma economia ruim. Mas o analista de investimentos André Massaro explica a diferença entre o significado popular e o técnico do rentismo:
- No entendimento popular, a palavra rentista vem de renda, como alguém que vive de aluguéis. Na forma depreciativa, quer indicar pessoas que não trabalham. No sentido econômico, rentista é uma pessoa que tem uma vantagem dada pelo governo, resultando com que ela esteja em uma situação privilegiada em relação aos concorrentes. _
Glamour do importado - Consumidor verde
Houve um tempo em que algo ser importado, ter muitos componentes importados ou um comércio ter uma grande quantidade de produtos importados me atraía como consumidora. Hoje, não mais. Aliás, usar isso como marketing até me gera uma certa rejeição. Mas por que falar disso neste espaço que a coluna dedica aos finais de semana para um consumo "verde"? Porque, em geral, importar não é sustentável.
Trazer produtos do Exterior exige uma logística que gasta mais combustível, ambientalmente ruim. Além disso, vai contra o pilar da sustentabilidade que propõe o estímulo à economia local.
Neste momento de reconstrução após a tragédia, quem produz e trabalha no Rio Grande do Sul precisa ainda mais desta dedicação. Tenho visto empresas preferindo fornecedores gaúchos mesmo quando são mais caros. Aliás, há indústrias gaúchas treinando empresas locais para tornarem-se seus fornecedores e substituir a compra de insumos do Exterior. Incrível, não? _
REFLEXÃO
E, sim, prefiro comprar um queijo feito aqui na colônia do que um francês, que também é delicioso. Dou prioridade para um calçado de uma marca autoral daqui do que um tênis importado, que eu provavelmente já tive ou até tenho ainda. Não é demonização do importado, mas é um questionamento sobre a sua glamourização. Este espaço é para dividir descobertas de uma consumidora em transição e um convite à reflexão.
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