02 DE OUTUBRO DE 2019
INFORME ESPECIAL
O bispo de alma cigana
Um momento importante para a comunidade católica: o monsenhor gaúcho Jorge Pierozan foi ordenado, neste fim de semana, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. A cerimônia foi na Catedral da Sé.
Causou surpresa até mesmo para Pierozan, 55 anos, natural de Vanini, no norte do Estado, a indicação do seu nome pelo Papa Francisco. O seu currículo não é exatamente usual: os estudos em teologia estão profundamente ligados à vivência junto aos povos ciganos e circenses. Trabalhou com eles nos anos 1990, por meio de um projeto da Pastoral dos Nômades do Brasil, em São Paulo.
"Eu vivi intensamente junto ao povo cigano. Enquanto estudava teologia no Instituto Teológico Pio XI, morava em acampamento, trabalhava com artesanato e pedras preciosas. À noite, fazia missas na minha tenda. Quando tinha muita gente, a missa era na barraca do chefe, bem maior", conta ele.
No mês passado, antes de assumir a missão de bispo-auxiliar, Jorge esteve em Roma e percebeu na fala do santo padre uma tendência:
"O papa quer bispos do povo, que se identifiquem com as pessoas, não importa quantos diplomas têm. Os craques em teologia têm um trabalho importante a fazer, principalmente em universidades e seminários", lembra Jorge.
Ontem foi seu primeiro dia na cúria central de São Paulo, onde auxiliares ficam até seis anos. Depois, a esperança é retornar para comandar uma diocese em solo gaúcho.
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