sexta-feira, 22 de junho de 2012



22 de junho de 2012 | N° 17108
PAULO SANT’ANA

Traindo meu amigo

Um estudante de Direito, Rafael Mengue Matos, veio me entrevistar sobre ética. E me perguntou como era a relação entre os colunistas de Zero Hora.

Respondi: “Um inveja o outro e todos me invejam”.

Já disse aqui sobre o azar que tive em ser Paulo Sant’Ana. Por exemplo, se eu não fosse Paulo Sant’Ana, teria diariamente, até o fim da vida, durante todas as manhãs, a curiosidade deliciosa de saber o que teria escrito hoje o Paulo Sant’Ana.

Como eu sou o Paulo Sant’Ana, começo a leitura de ZH pela Rosane de Oliveira.

Se eu não fosse o Paulo Sant’Ana, teria a chance maravilhosa de me tornar amigo dele.

Na entrevista do estudante comigo, ele perguntou se algumas verdades devem ser escondidas.

Eu respondi que sim. Por exemplo, certa vez procurei um diretor de quem era amigo e lhe disse que, depois de muito investigar, tinha descoberto que a mulher dele (diretor) o traía, praticava adultério com outros homens.

O diretor me disse que ia tomar uma providência. E tomou: perdoou sua mulher e ficou de mal comigo.

Há verdades, portanto, que têm de ser ocultas.

Uma vez saí para investigar a esposa de um amigo meu que o traía. Fui tão a fundo na investigação, que a mulher acabou me seduzindo.

E, ao me seduzir, como iria então denunciá-la para meu amigo?

A não ser que eu tivesse a cara de pau de dizer para o meu amigo que tinha certeza de que sua mulher o traía. Tanta certeza, que ela o traiu comigo.

Um outro estudante, de Psicologia, me entrevistou anteontem. Queria saber o que eu achava dessa série de mulheres que vêm matando seus maridos.

Eu respondi que acho que essas assassinas estão agindo muito depressa: a minha mulher, por exemplo, vem me matando lentamente há 35 anos.

Durante uma hora e meia recebi, aqui em Zero Hora, o diretor máximo da NET para o Rio Grande do Sul, o Paraná e Santa Catarina, engenheiro Eduardo Dall’Agno, com seu assessor de imprensa Zento Kulczynski.

Tratamos das reclamações dos assinantes da NET.

Vou resumir esse encontro em uma coluna inteira, em breve.

Foi muito proveitoso.

Assim é que se faz jornalismo, com o objetivo de servir aos leitores.

E assim é que se deve fazer uma empresa de comunicações como a NET.

Depois, os meus leitores ficarão sabendo como tratamos a questão.

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