quinta-feira, 3 de maio de 2012



03 de maio de 2012 | N° 17058
CLAUDIA TAJES

Em defesa do Luxa

Opsicanalista Abrão Slavutzky perguntou por que eu não dava mais os meus palpites furados sobre futebol aqui na coluna. Por causa dos e-mails xingando até a minha falecida mãe. Quando o tema é futebol, a resposta para uma opinião assinada costuma ser o e-mail ofensivo. E anônimo.

Só que, no caso Luxemburgo, quero viver perigosamente e defender o técnico gremista. Que errou, e desde a escalação do time no Gre-Nal, ninguém discute. Aliás, quem não comete suas bobagens? Coisas que, para o bem da nossa imagem pública, no mais das vezes permanecem entre quatro paredes, fora alguma estupidez que ultrapassa o limite de casa, do escritório, do colégio. Sorte que, quase sempre, resta, a quem errou, o consolo da segunda chance.

Mas técnico e jogador não têm segunda chance. Errou, já era. Errar diante de um estádio inteiro e de milhares de espectadores na televisão é uma sentença de morte. Vai ser a bola da semana em todos os programas, em todas as conversas. Diante de um erro testemunhado, o mundo inteiro vira santo. Imagine o tamanho da cruz se o erro for de um sujeito performático, midiático e, dizem, de salário galáctico, como o Luxa.

Então, em defesa do Luxemburgo: o gandula, que fez o que não devia, é um homem de 26 anos e não um inocente marrecão, como se chamavam os meninos da função em eras passadas. Foi ofendido, mas também ofendeu. Em defesa do Luxemburgo: quem consegue manter o controle quando o sangue sobe?

Em defesa do Luxemburgo: ser politicamente correto é ótimo, mas nem sempre é possível. Em defesa do Luxemburgo, o meu gosto pessoal: admiro um homem que se garante. Na acusação, os argumentos são muitos e vêm sendo repetidos desde o fim do jogo. É só ler o jornal de domingo para cá.

Agora é só esperar os e-mails.

Nenhum comentário: