quinta-feira, 3 de maio de 2018


03 DE MAIO DE 2018
+ ECONOMIA

DÓLAR SOBE, BC QUER FREAR


No discurso, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, havia avisado: a instituição estava pronta para acionar o freio no câmbio caso fosse necessário. E foi. Diante da alta de 1,3% da moeda americana frente ao real, que encostrou em R$ 3,55, o BC anunciou ontem no final da tarde a retomada dos leilões de instrumento que equivale à venda de dólares no mercado futuro, o swap cambial.

Ao anunciar a medida, a instituição afirmou que "com objetivo de suavizar movimentos no mercado de câmbio, o Banco Central irá ofertar quantidade de contratos superior à necessária para a rolagem integral desse vencimento (referência a 1º de junho)".

Mais claro, impossível. O fechamento de ontem foi o mais alto em quase dois anos no Brasil. A causa, previsível, foi a reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que, embora não tenha alterado a taxa de referência, deu sinais de que o juro pode ter uma alta extra, além das duas esperadas para este ano.

Em dia de alerta no câmbio, a bolsa de valores também deu sinal negativo ao cair 1,82%. Parte por conta do cenário nos EUA, parte pela reação inesperada das ações do Itaú Unibanco, que caíram 4,53% em dia que o banco anunciou aumento de 3,9% no lucro do primeiro trimestre. Nesse momento, o papel do maior banco privado do país tem o maior peso no Ibovespa, principal indicador de desempenho da bolsa.

Outro assunto que o mercado teve de digerir, ontem, foi a decisão do governo dos Estados Unidos de impor restrições à exportação de aço do Brasil, mesmo em produtos semiacabados, que são consumidos por siderúrgicas americanas.

Depois de contradições do governo brasileiro, o Instituto Aço Brasil teve de esclarecer a situação: haverá cotas para todos os produtos. Os que mais pesam nas exportações brasileiras aos EUA enfrentarão barreira menor, mas ainda assim haverá perdas. Não na casa dos bilhões, como chegou a se temer, mas na casa das centenas de milhões. Como caracterizou a entidade que representa o setor, "não é de todo ruim".

A loja da Fnac no BarraShoppingSul fechou no meio do feriadão em Porto Alegre. Também fecharam unidades da rede francesa no BarraShopping do Rio de Janeiro, em Belo Horizonte (MG) e Ribeirão Preto (SP). Apesar da expectativa de ex-clientes, a Livraria Cultura informou oficialmente a coluna que não ocupará o espaço deixado pelo fechamento da Fnac de Porto Alegre no BarraShoppingSul.

Conforme a empresa, que tem os direitos da marca no Brasil por negociação com a rede francesa, o fechamento na capital gaúcha foi resultado de "decisão empresarial".

A partir da negociação com a Fnac, a Cultura analisou o perfil de cada operação em todas as praças. A decisão foi interromper o funcionamento das unidades deficitárias que não tivessem perspectiva de deixar de ter resultado negativo.

A empresa comandada por Sergio Herz informa que pretende atender clientes da Fnac na Cultura de Porto Alegre, no Bourbon Country - do outro lado da cidade. Para isso, está revendo as unidades para permitir maior oferta de eletroeletrônicos - perfil da rede francesa -, sem descaracterizar a livraria.

A intenção da Cultura, conforme a direção, é manter as sete unidades da Fnac remanescentes no Brasil. Mudança de marca não é descartada, mas como a reanálise do negócio não está concluída, pode haver alteração de estratégia.

Fontes que acompanharam a retirada da Fnac no Brasil afirmam que, embora tenha sido divulgado que a Cultura comprou a Fnac no Brasil, o que ocorreu foi um pagamento de R$ 130 milhões da multinacional à empresa brasileira para fazer o fechamento das lojas. MENOS ESTANTES

EM DIAS DECISIVOS PARA O SETOR DE REFINO NO BRASIL, COM A VENDA DE ATIVOS DA PETROBRAS, O GRUPO ULTRA ANUNCIOU ONTEM A RENÚNCIA DE SEU PRESIDENTE DO CONSELHO, PAULO CUNHA, CONHECIDO POR SUAS POSIÇÕES NACIONALISTAS. EM SEU LUGAR, ASSUME PEDRO WONGTSCHOWSKI.

marta.sfredo@zerohora.com.br gauchazh.com/martasfredo

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