05 DE MAIO DE 2018
MARTA GLEICH
O Big Brother da Redação
Quem nos visita em nosso ambiente de trabalho sempre fica curioso: o que são aquelas telas cheias de gráficos, bem no meio da Redação? Aconteceu de novo na quinta-feira, quando um grupo de 12 assinantes veio à Zero Hora, na véspera do aniversário de 54 anos do jornal (veja reportagem sobre a visita nas páginas 38 e 39).
As telas são uma espécie de Big Brother para nossos conteúdos digitais: temos painéis que, em tempo real, nos dizem como nossas notícias e usuários estão se comportando. Uma das ferramentas informa quantos leitores simultâneos temos em GaúchaZH e em cada uma das centenas de notícias, o tempo médio de leitura de cada texto, a origem da audiência (se o usuário chegou até o site por meio das redes sociais, dos buscadores ou da capa do próprio site, por exemplo) e até a tendência de performance de cada notícia - se está atraindo mais leitores com o passar do tempo ou perdendo força.
E isso é só uma parte das dezenas de informações que recebemos. Sabemos, ainda, também em tempo real, qual a notícia mais clicada na capa do site. Ou quantos likes, comentários e compartilhamentos cada postagem obteve em redes sociais.
Para conhecer nossos leitores, usamos cada vez mais dados. E muitas vezes nos surpreendemos: uma notícia que não estávamos valorizando tanto começa, de repente, a gerar muitas visualizações. Imediatamente, os editores a colocam em maior destaque, ou a tornam ainda mais completa. Com tantas ferramentas disponíveis, conseguimos inclusive tomar decisões mais acertadas sobre os horários para publicação de determinados conteúdos ou os formatos em que vocês preferem ler - em vídeo? Texto? Áudio? Infográfico?
- Tudo é medido em tempo real, com muita disciplina e processo - diz Sabrina Passos, nossa gerente do GaúchaZH. - Sabemos até qual o melhor dia da semana, horário e até dispositivo para publicar cada tipo de conteúdo - complementa.
Há alguns anos, o jornalismo era uma atividade de mão única. A Redação produzia conteúdo e o publicava, baseada em critérios somente das cabeças dos editores. Hoje, não. Trabalhar com notícias virou uma profissão de mão dupla: nós publicamos, vocês reagem. Comentam. Criticam. Mandam sinais por todos os lados. Nós processamos toda essa informação e incrementamos a apuração, colocamos mais dados aqui, mais imagens acolá, mais análise onde o leitor tem mais dúvida, mais serviço onde o público procura informações úteis. O conteúdo certo, no horário certo, no formato certo.
Ficou muito mais complexo, mas também bem mais interessante, quando vemos, em tempo real, que estamos acertando. A gente troca muito mais informações com vocês. E entende cada vez mais como podemos fazer um jornalismo melhor.
MARTA GLEICH
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