sexta-feira, 14 de outubro de 2011



14 de outubro de 2011 | N° 16855
ARTIGO | SORAYA TANURE*


Adaptação animal

Com a evolução da bovinocultura de corte nas últimas décadas, as pesquisas têm sido direcionadas, na sua maior parte, às áreas de nutrição, melhoramento genético e reprodução. Embora essas abordagens contribuam muito, trazendo inúmeros benefícios para a pecuária, o bovino é comparado a uma “máquina produtiva”, dependendo essencialmente da nutrição para responder aos anseios da produção.

Além disso, a implantação de programas de qualidade de carne geralmente tem como ênfase apenas a obtenção de produtos de qualidade, que atinjam os níveis de maciez, sabor e suculência exigidos pelo consumidor.

Entretanto, tais programas devem considerar além da palatabilidade da carne, outras perspectivas, capazes de orientar no processo produtivo, compromissos com o elemento humano e a preservação ambiental, oferecendo um produto seguro e nutritivo, produzido de modo sustentável com o compromisso de promover o bem-estar humano e animal.

Dentro deste contexto, o estudo da adaptação animal pode proporcionar uma nova perspectiva para o modelo convencional de abordagem zootécnica, discutindo situações até então não consideradas ou mal compreendidas.

Ao objetivar a intensificação do processo produtivo, não podemos esquecer que as interações vivenciadas pelos bovinos nas propriedades rurais afetam diretamente a qualidade do produto, e que por vezes o compromisso em aumentar os índices produtivos promove um manejo inadequado que acarreta em prejuízos.

Assim, adaptação e manejo devem caminhar juntos! Contudo, fica a lição de que em atividades como a pecuária, onde a margem de lucro é escassa e as dificuldades enfrentadas pelo setor não se resumem apenas ao ambiente, mas também a questões de cunho político e econômico, o entendimento do processo de produção deverá almejar o total equilíbrio entre a exploração animal e ambiental e a produtividade desejada, gerando assim lucro ao produtor.

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