quinta-feira, 1 de junho de 2023


NO ESTILO ANOS 1990

Foi o Grêmio dos anos 1990, defendendo-se bravamente, dando bico, salvando sobre a linha, marcando firme e forte. E classificando-se. Terminou o jogo com 25% de posse de bola. Em finalizações, 24 a 5 Cruzeiro. No placar, 1 a 0 Grêmio. Injusto? Não. Estratégia. Renato apostou nos três zagueiros e Cuiabano. Fortaleceu a defesa. Apostou no contra-ataque. Matizes épicos, como nos bons tempos.

No primeiro tempo, o Grêmio começou até melhor, mas logo o Cruzeiro pressionou. O gol veio em um vacilo Celeste no tiro de meta, entregando a bola para Suárez servir Villasanti, que completou no canto. Suárez e Cuiabano morderam a saída de bola. O Cruzeiro veio para cima. Grando salvou. A formação com três zagueiros, além de Cuiabano ajudando a marcação no meio, no lugar do cansado Vina, foi decisiva para suportar a pressão na fase final. Houve até gol anulado pelo VAR, de Bitello. O Cruzeiro empilhando atacantes e um Grêmio se defendendo como dava, com Kannemann salvando de dentro do gol. A relação do Grêmio com a Copa do Brasil é especial.

REQUINTES NA DOR Algo especialíssimo deve estar aguardando o torcedor colorado. São tantas eliminações e derrotas com requintes de crueldade que chega a impressionar. O Inter abriu 3 a 0 ainda no primeiro tempo. Enredo perfeito, time levado pela mão do estádio cheio que apoiou até o final? Só que não. O filme da falência difícil se repetiu no segundo tempo. O time foi recuando e perdendo divididas, dando espaço. Como reclamar do gol do América-MG, se antes o Inter havia chutado três no alvo e feito três? A crueldade da derrota nos pênaltis, com uma fatalidade de De Pena, é a maldade do destino, mas a verdade é que a eliminação se deu lá em BH, na derrota por 2 a 0 contra os reservas do América-MG. Não é normal precisar de epopeia para eliminar o América-MG. É constrangedor.

SOBRE CULPAS Mano Menezes acertou em escalar Lucca, na ausência de Luiz Adriano. O guri foi o mais aplaudido quando o nome surgiu no telão. Pode até ser essa será a desculpa que o jovem em boa fase, hoje o melhor 9 do Beira-Rio e decisivo para construir o 3 a 0 na etapa inicial, pode ser que Lucca tenha cansado. Mas um guri de 23 anos, tão extenuado assim? Não seria melhor, diante da falência técnica de Alemão, mantê-lo? O grande erro de Mano na temporada foi ser amigo da direção e inimigo do próprio Inter. Se detectou o problema, por que não agiu? Preferiu correr o risco de jogar a temporada fora, e assim aconteceu. A vida do Inter, agora, não é Libertadores. Pode até ser eliminado. A vida vermelha é não ser rebaixado no Brasileirão. E ponto final.

RANKING Analisando as receitas dos clubes das Américas, a SportsValue constatou que as três primeiras do ranking são brasileiras: Flamengo, Palmeiras e Corinthians. Mas, no todo, o domínio dos Estados Unidos é amplo. Os times da MLS, agora com 30 equipes, somam 18 no ranking de 30. O Brasil tem 10. O Inter é uma delas. O Grêmio, não: os dados são do ano na Série B. Da Argentina, só Boca e River. A tendência é, em breve, os clubes da MLS dominarem todas as posições.

FLAMENGO No levantamento da SportsValue, um dado impressionante. O dinheiro arrecadado em TV pelo Flamengo é superior ao total recebido pelos times chilenos, colombianos ou argentinos. Sem contar venda de atletas, a receita operacional do Flamengo passa um pouco de R$ 1 bilhão. O Palmeiras, segundo colocado, já fica bem abaixo: R$ 682 milhões. O Corinthians (R$ 633 milhões) deve ser ultrapassado pelo Los Angeles FC (R$ 606 milhões) no ano que vem.

DIOGO OLIVIER 

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