06 DE JUNHO DE 2019
+ ECONOMIA
ERRO E ACERTO NO PLANALTO
Engessado entre a falta de recursos no orçamento federal e a pouca fé do ministro da Economia, Paulo Guedes, em medidas de estímulo para a economia, o governo tenta descobrir alternativas de incentivo. Acerta, no caso das iniciativas da Caixa Econômica Federal: abriu renegociação de dívidas para pessoas físicas, baixou o juro do financiamento habitacional e ameaça cobrar dívidas graúdas, como as da Odebrecht. Mas também tropeça nos próprios pés ao cogitar, publicamente, trocar as cédulas de R$ 100 e R$ 50 com o objetivo de obrigar seus portadores a voltar para o sistema financeiro.
Sem contar com as imediatas associações ao recente escândalo que envolveu Fabrício Queiroz, ex-assessor de um dos filhos de Bolsonaro, a hipótese mencionada pelo presidente em entrevista ao SBT oscila entre a inocuidade e a ingenuidade:
- Daí, quem tem dinheiro guardado por aí vai ter de se virar. Vai no mercado, bota para rodar esse recurso.
O primeiro problema é que a mudança de cédula vai custar dinheiro, seja na reimpressão seja no recolhimento. Segundo, "quem tem dinheiro guardado por aí" tem bons, ainda que errados, motivos para fazê-lo. Estará disposto a "investir" para driblar eventuais controles e se manter no escuro, onde quer estar. Os movimentos da Caixa, por outro lado, apontam um dos possíveis caminhos para dar algum alento à economia, que se reaproxima perigosamente da recessão.
A proposta de renegociação de dívidas de pessoas físicas, que deveria ser copiada pelos demais bancos, reabilita brasileiros que estão em cadastro negativo e recupera a capacidade de aquisição de ao menos uma parcela dos inadimplentes. A redução do juro no crédito habitacional vai pelo mesmo caminho virtuoso: atrai interessados em contratar empréstimo para compra de casa própria, cria mercado para a construção civil, um dos segmentos que ainda não conseguiu se reerguer depois da recessão e que tem potencial para contratar milhares de desempregados. Portanto, há caminhos, mesmo que sejam descobertos no percurso.
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BASTOU CRESCER O RUMOR DE QUE O PLANALTO ESTUDA FLEXIBILIZAR O TETO DE GASTOS INSTITUÍDO NO GOVERNO TEMER PARA MUDAR O HUMOR DO MERCADO. O DÓLAR SUBIU 1%,PARA FECHAR EM R$ 3,895. A BOLSA CAIU 1,4%. A DERROTA DO GOVERNO NA TENTATIVA DE OBTER R$ 248 BILHÕES NÃO AJUDOU. VOLTOU A TENSÃO.
ALTOS DE GRAVATAÍ
Gravataí deveria ter sido cenário do prédio mais alto do Rio Grande do Sul, projeto da M.Grupo. Não deu, a empresa entrou em recuperação judicial. Agora, ao menos, vai sair o prédio residencial mais alto da cidade, com 18 andares e vista panorâmica. Com apartamentos que chegam a 85,7 metros quadrados e área de lazer no terraço com 300 m², o Upper Residence é um projeto da Tomasetto Engenharia. Será ao lado do Parcão, na região da Parada 79.
A estrutura também terá fechaduras eletrônicas e tomadas com saída USB. As áreas comuns terão piscina com deck molhado, lounge externo, espaço gourmet com parrilla, brinquedoteca, salão de festas e espaço fitness. O empreendimento tem previsão para ser entregue em três anos.
MARTA SFREDO
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