16 DE MARÇO DE 2018
ECONOMIA
Petrobras fecha 2017 com perda pelo quarto ano consecutivo
ESTATAL REGISTRA PREJUÍZO de R$ 446 milhões, impactado por baixa contábil e acordo nos EUA
Com forte impacto do acordo para encerrar ação coletiva movida por investidores nos Estados Unidos, a Petrobras registrou em 2017 prejuízo de R$ 446 milhões. É o quarto ano consecutivo de perda da companhia, porém em nível menor do que em períodos anteriores - em 2016, por exemplo, havia sido de R$ 14,8 bilhões.
Em nota, a companhia aponta que teria alcançado lucro líquido de R$ 7 bilhões sem as despesas extraordinárias (especialmente o acerto de R$ 11,2 bilhões para encerramento da ação coletiva de investidores nos EUA e a adesão a programas de regularização de débitos federais, de R$ 10,4 bilhões), que tiveram impacto significativo no balanço.
Tais despesas afetaram fortemente o resultado do quarto trimestre, que fechou com prejuízo líquido de R$ 5,4 bilhões, ante lucro de R$ 2,5 bilhões em igual período de 2016.
- O resultado é bastante positivo. Estamos muito satisfeitos. Somos uma empresa previsível, que está dando mais condição de previsão dos resultados - disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente, ao divulgar os dados.
O lucro operacional, por exemplo, foi de R$ 35,6 bilhões. O dirigente destacou que o acordo nos EUA "foi muito importante por eliminar o impacto (que uma possível derrota na Justiça) teria no resultado, que poderia ser um múltiplo do valor pago".
Segundo Parente, as medidas tomadas até agora fazem parte de um trabalho contínuo de garantir confiabilidade e previsibilidade ao desempenho da empresa. Por isso, afirma que os "efeitos qualitativos do resultado de 2017 são superiores aos numéricos". E ressaltou que, apesar do prejuízo contábil, as ações tomadas no ano passado levaram a uma diminuição das incertezas no balanço da estatal.
Em 2017, a empresa reduziu a dívida líquida para US$ 84,8 bilhões, menor valor desde 2012. Também foi possível aumentar o prazo médio de vencimento de 7,46 para 8,61 anos e reduzir a taxa média de juro de 6,2% para 5,9%. Além disso, a despesa anual de juro da companhia caiu de R$ 25,6 bilhões em 2016 para R$ 22,3 bilhões no ano passado.
A relação entre a dívida líquida e a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) saiu de 3,16 em setembro de 2017 para 3,67 em dezembro do ano passado, refletindo negativamente na métrica financeira da companhia.
A Petrobras também anunciou que perdeu participação no mercado brasileiro de gasolina e diesel em 2017, ainda que tenha adotado nova política de preços para aumentar a competitividade no setor. Na gasolina, a parcela da estatal caiu para 83% em 2017, contra 90% em 2016 e 96% em 2015. No diesel, a fatia foi de 74% em 2017, contra 83% em 2016 e 97% em 2015. Em fevereiro, a participação da companhia no mercado de gasolina estava em 77%. No diesel, de 79%.
Segundo a Petrobras, a companhia bateu pelo quarto ano seguido o recorde de produção no Brasil e alcançou, pelo terceiro ano consecutivo, a meta. O volume de produção total de petróleo e gás natural foi de 2,767 milhões de barris de óleo equivalente por dia, dos quais 2,655 milhões no Brasil, mesmo com a venda de ativos no Exterior.
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