quarta-feira, 7 de março de 2018


07 DE MARÇO DE 2018
ARTIGO

COMO CURAR PORTO ALEGRE


Quando uma pessoa está doente, o avanço de seus problemas acaba se refletindo na sua aparência, fazendo com que os demais percebam que há algo errado. Pode parecer uma analogia simplista, mas reforça a dura verdade que precisa ser encarada por todos aqueles que amam a nossa capital: Porto Alegre está doente.

A origem dessa grave doença são a falta de dinheiro e o descontrole de uma prefeitura que há muitos anos gasta mais do que arrecada. Se um orçamento doméstico não resiste a essa conta simples, a prefeitura também não consegue pagar as suas contas mais básicas, como salário dos servidores e fornecedores. Não há falência pior do que essa.

Os efeitos do descontrole e da falta de recursos são percebidos nas ações de zeladoria e no embelezamento da cidade. Será que todos os que esperam ansiosamente a regularização da capina, por exemplo, sabem que, desde 2011 e depois de 10 contratos emergenciais (que encarecem e dificultam o controle), Porto Alegre finalmente voltou a contar com o serviço de capina licitado por um preço menor e maior produtividade?

Desde janeiro de 2017, o dever de casa está sendo feito com profundos cortes nas despesas para buscar estancar esse sangramento. Foi o corte de gastos em CCs, horas extras e outros itens da máquina pública que permitiram reduzir o déficit previsto no ano passado de R$ 815 milhões para R$ 331 milhões nas contas do Tesouro. Ainda assim, fechamos o ano no vermelho.

A classe política, servidores e cidadãos precisam avaliar qual o tamanho da máquina pública que cabe dentro de Porto Alegre. Não podemos adiar o debate sobre a distorção do IPTU, sobre a composição das despesas de pessoal que comprometem mais da metade do dinheiro do município e sobre o uso de recursos privados em benefício do interesse público.

Precisamos colocar os pés no chão e parar de enxugar gelo. Se todos sonhamos com uma cidade desenvolvida, leve e bonita, precisamos falar de mudanças drásticas e estruturais, como aquelas que o Executivo propôs à Câmara de Vereadores para debate e construção. A cura de Porto Alegre depende desses remédios.

Secretário de Serviços Urbanos de Porto Alegre ramiro.rosario@portoalegre.rs.gov.br - RAMIRO ROSÁRIO

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