NÓS NEM SEMPRE FICAMOS COM OS AMORES DE NOSSAS VIDAS (E ISSO É NORMAL)
Luiza Fletcher • 10 de junho de 2016
Eu acredito em grande amor.
Mas falo e namoro como se não acreditasse.
Eu não tenho expectativas fúteis para romance. Eu não estou busco flutuar. Eu sou um daqueles indivíduos raros, talvez um pouco cansados que realmente gosta de cultura de conexão e é feliz por viver em uma época em que a monogamia não é necessariamente a norma.
Mas eu acredito em grande amor, porque já tive um.
Eu tive esse amor que tudo consome. O amor do tipo “eu não posso acreditar que isso existe no mundo físico.”
O tipo de amor que irrompe em um incêndio incontrolável e então se torna brasa que queima em silêncio, confortavelmente, durante anos. O tipo de amor que escreve romances e sinfonias. O tipo de amor que ensina mais do que você pensou que poderia aprender, e dá de volta infinitamente mais do que recebe.
É amor do tipo “amor de sua vida”.
E acredito que funciona assim:
Se você tiver sorte, conhecerá o amor de sua vida. Você estará com ele, aprenderá com ele, dará tudo de si mesmo a ele e permitirá que a sua influência te mude em medidas insondáveis. É uma experiência como nenhuma.
Mas aqui está o que os contos de fadas não vão te dizer – às vezes encontramos os amores de nossas vidas, mas não conseguimos mantê-los.
Nós não chegamos a nos casar com eles, nem passar anos ao lado deles, nem seguraremos suas mãos em seus leitos de morte depois de uma vida bem vivida juntos.
Nós nem sempre conseguimos ficar com os amores de nossas vidas, porque no mundo real, o amor não conquista tudo. Ele não resolve as diferenças irreparáveis, não triunfa sobre a doença, ele não preenche fendas religiosas e nem nos salva de nós mesmos quando estamos perdidos.
Nós nem sempre chegamos a ficar com os amores de nossas vidas, porque às vezes o amor não é tudo o que existe. Às vezes você quer uma casa em um pequeno país com três filhos e ele quer uma carreira movimentada na cidade. Às vezes você tem um mundo inteiro para explorar e tem medo de se aventurar fora de seu quintal. Às vezes você tem sonhos maiores do que os do outro.
Às vezes, a maior atitude de amor que você pode possivelmente tomar é deixar o outro ir. Outras vezes, você não tem escolha.
Mas aqui está outra coisa que não vão te falar sobre encontrar o amor da sua vida: não terminar com ele não desqualifica o seu significado.
Algumas pessoas podem te amar mais em um ano do que outras poderiam te amar em cinquenta anos. Algumas pessoas podem ensinar-lhe mais em um único dia do que outras durante toda a sua vida.
Algumas pessoas entram em nossas vidas apenas por um determinado período de tempo, mas causam um impacto que mais ninguém pode igualar ou substituir.
E quem somos nós para chamar essas pessoas de algo que não seja “amores de nossas vidas”?
Quem somos nós para minimizar a sua importância, para reescrever suas memórias, para alterar as formas em que nos mudaram para melhor, simplesmente porque nossos caminhos divergiram? Quem somos nós para decidir que precisamos desesperadamente substituí-los – encontrar um amor maior, melhor, mais forte, mais apaixonado que pode durar por toda a vida?
Talvez nós apenas deveríamos ser gratos por encontrarmos essas pessoas em tudo.
Por termos chegado a amá-las. Por termos aprendido com elas. Por nossas vidas terem expandido e florescido como resultado de tê-las conhecido.
Encontrar e deixar o amor de sua vida não tem que ser a tragédia de sua vida.
Deixá-lo pode ser a sua maior bênção. Afinal, algumas pessoas nunca chegam a encontrá-lo.
Traduzido pela equipe de O Segredo – Fonte: Thought Catalog
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