sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018



LIVROS 

Notícia da edição impressa de 23/02/2018. Alterada em 22/02 às 18h35min Machado de Assis, melhores contos Jaime Cimenti Cento e dez anos depois de sua morte na casa do Cosme Velho, no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908, Machado de Assis segue como o maior escritor brasileiro de todos os tempos, sempre muito editado, lido e estudado, no Brasil e em muitos países do exterior. 

Autor de poemas, contos, crônicas e romances, também crítico e teatrólogo, Machado foi alto funcionário do Ministério da Viação e fundador da Academia Brasileira de Letras. Melhores Contos - Machado de Assis (Global, 374 páginas), da coleção dirigida pela escritora e editora Edla van Steen, com apresentação reelaborada para esta 16ª edição e seleção do consagrado professor, crítico, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras Domício Proença Filho, é das melhores antologias de contos do autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas, se não for a melhor.

Depois de escrever sobre a permanência e atualidade da ficção machadiana, Proença explica, na introdução, os critérios utilizados para a seleção e o desafio que foi escolher 29 contos entre os 68 que Machado publicou em sete volumes de histórias curtas. 

A coletânea traz contos muito conhecidos e magistrais, como Teoria do Medalhão, Missa do Galo, Uns braços, A Igreja do Diabo, Conto de Escola, Cantiga de Esponsais, O caso da vara, Verba testamentária e o consagradíssimo O Alienista, que alguns consideram como sendo uma novela. 

O humor, a fina ironia, os estudos psicológicos requintados e a brasilidade dos textos são algumas marcas maiores da ficção do Bruxo do Cosme Velho, que foi romancista genial e não menos genial contista. Escreveu Domício Proença Filho: "Nos contos machadianos, o que importa é a atitude e o sentir dos personagens, mais do que as ações, a trama e o espaço. 

Com atenção especial ao modo de fazer o texto, à técnica de construção, caracterizada em frequentes exercícios de metalinguagem. A prosa machadiana continua viva e presente, e presente e viva permanecerá ainda por muito tempo, porque a mentira de sua arte é daquelas que conseguem revelar muito da verdade de nossa complicada condição humana". 

É isso. Na urdidura do relato, na transparência da escrita, na universalidade dos dramas, no olhar aprofundado e na análise das almas e sentimentos dos personagens, Machado mostra por que figura como um dos grandes escritores da literatura mundial e por que segue entre nós. lançamentos Música de montagem - A composição de música popular no pós-1967 (É Realizações Editora, 200 páginas, R$ 39,90), do compositor, professor e palestrante Sergio Molina, mostra a formalização de alterações que remodelaram o processo de confecção da canção brasileira e internacional no pós-1967. 

O autor analisa obras de Milton Nascimento, Beatles, Gilberto Gil, Stevie Wonder e muitos outros compositores. A obra enriquece nossa bibliografia sobre a canção popular. A Batalha dos Livros (Ateliê Editorial, 136 páginas), de Lincoln Secco, professor de História Contemporânea da Universidade de São Paulo, de modo criativo, profundo e embasado, traça a trajetória da história editorial das ideias de esquerda no Brasil, desde os primeiros escritos socialistas utópicos do Brasil do século XIX até títulos publicados até 2005. 

Secco coteja, com muita informação, a recepção e a difusão das ideias socialistas no Brasil. Operação Banda Oriental (Editora Catarse, 116 páginas), do escritor, cicloturista, hortelão, professor e jornalista Demétrio de Azeredo Soster, que também é estudante de shakunachi, fala de uma viagem de 1.130 quilômetros, de bicicleta, em 10 dias, de Santa Cruz do Sul a Buenos Aires, atravessando o Uruguai, a partir de Chuy até Colonia del Sacramento, às margens do Rio da Prata. Em 12 capítulos, o autor narra momentos significativos.

Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/02/colunas/livros/612510-machado-de-assis-melhores-contos.html)

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