terça-feira, 6 de maio de 2025


06 de Maio de 2025
NOTÍCIAS

STF começa a julgar mais um núcleo da trama golpista

Suprema Corte

Primeira Turma vai definir se aceita denúncia contra sete acusados de atuar na disseminação de desinformação para desacreditar urnas eletrônicas e pressionar a cúpula das Forças Armadas. Grupo inclui militares, ex-integrantes da Abin e dirigente de instituto. Decisão sai até amanhã

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar hoje a denúncia contra mais sete acusados de envolvimento com a tentativa de golpe após as eleições presidenciais de 2022. O grupo é acusado de atuar na disseminação de desinformação.

Dentre os acusados, estão militares, como o major da reserva Ailton Gonçalves Moraes Barros, e ex-integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), além do presidente do Instituto Voto Legal, organização contratada pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, para emitir laudo sobre o sistema eletrônico de votação.

Conforme a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o objetivo, com as táticas de desinformação, era desacreditar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral, bem como constranger membros das Forças Armadas a aderirem à trama. Para isso, o grupo teria utilizado indevidamente a estrutura da Abin.

A Primeira Turma é formada pelos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. Foram agendadas duas sessões para hoje (às 9h30min e às 14h) e uma para amanhã (às 9h30min).

Anteriores

Se a denúncia for aceita, o número de réus pelo plano golpista chegará a 21. A Primeira Turma já tornou réus oito acusados de integrar o "núcleo crucial" - incluindo Bolsonaro - e seis pessoas que respondem, dentre outros, pelas operações em rodovias para dificultar o voto de eleitores no segundo turno no Nordeste. _

Quem são

Ailton Gonçalves Moraes Barros - Major da reserva do Exército, foi expulso do Exército após punições disciplinares. Concorreu a deputado estadual no Rio de Janeiro pelo PL em 2022, apresentando-se como "01 do Bolsonaro", mas não chegou a se eleger. Chegou a ser preso no caso da falsificação de vacinas.

Ângelo Martins Denicoli - Também major da reserva do Exército, foi diretor de monitoramento e avaliação do Sistema Único de Saúde (SUS) no governo Bolsonaro.

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha - Engenheiro eletrônico e presidente do Instituto Voto Legal, foi contratado pelo PL para auditar as urnas eletrônicas.

Giancarlo Gomes Rodrigues - Subtenente do Exército, trabalhava na Abin e foi alvo da investigação sobre supostos monitoramentos ilegais de autoridades no órgão ("Abin paralela").

Guilherme Marques de Almeida - Tenente-coronel do Exército, comandou o comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia (GO)

Marcelo Araújo Bormevet - Agente da Polícia Federal que atuou na Abin, onde assessorava o então diretor da agência, Alexandre Ramagem. Também foi investigado pelas supostas espionagens clandestinas.

Reginaldo Vieira de Abreu - coronel do Exército, atuou como chefe de gabinete do general da reserva Mario Fernandes na Secretaria-Geral da Presidência.

Lula demite Cida e nomeia Márcia Lopes para pasta das Mulheres

Mais uma troca

O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva confirmou ontem a demissão da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e a indicação de Márcia Lopes para o cargo. Cida, cuja saída era esperada desde o início do ano, foi alvo de denúncias de ex-servidoras da pasta por supostos casos de assédio moral e xenofobia.

Ao todo, foram apresentadas cinco denúncias formais, inclusive com gravações de reuniões internas. Os relatos envolvem ameaças de demissão a servidoras, cobrança de trabalho em prazo exíguo, tratamento hostil, manifestações de preconceito e gritos.

Além disso, Lula estaria insatisfeito com as entregas da pasta, considerada estratégica para melhorar a imagem do governo entre as mulheres. Pesquisa Genial/Quaest divulgada em 2 de abril mostra que a avaliação negativa do governo Lula superou a positiva junto à população feminina.

O perfil

Márcia Lopes foi ministra do Desenvolvimento Social em 2010, no segundo mandato de Lula. Também foi vereadora e secretária de Assistência Social de Londrina (PR).

Filiada ao PT desde 1982, é irmã de Gilberto Carvalho, quadro histórico do PT e ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência no governo Dilma Rousseff. 

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