sexta-feira, 2 de maio de 2025



02 de Maio de 2025
FRAUDE NO INSS

FRAUDE NO INSS

Pressão sobre Carlos Lupi aumenta e ameaça relação de Lula com PDT - Fraude no INSS

Presidente resiste em afastar ministro, mas condução da crise pelo Planalto é alvo de crítica por parte do líder da sigla na Câmara. Além de protocolar um pedido de CPI, oposição apresentou representação criminal na PGR. Pesquisa indica que maioria dos brasileiros é favorável à demissão

A pressão crescente sobre o ministro da Previdência, Carlos Lupi, desde a revelação dos desvios bilionários em aposentadorias e pensões do INSS, tensiona a relação entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PDT.Ontem, em meio à incerteza sobre a permanência de Lupi na Esplanada, o líder da sigla

na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), criticou a condução da crise pelo Planalto e reiterou que uma eventual demissão levaria ao rompimento do partido com a gestão.

Na quarta-feira, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi, mas afirmou que, se for comprovada alguma irregularidade, ele será afastado. No mesmo dia, Lula nomeou o procurador federal Gilberto Waller Junior como novo presidente do INSS, sem consultar Lupi.

- A entrevista da Gleisi foi salomônica. Ela fala que o governo vai manter o ministro e logo embaixo o presidente desqualifica o ministro fazendo a indicação do presidente do INSS sem ter conversado com Lupi antes. Se ele acreditasse na nossa posição, chamaria o Lupi e indicariam juntos - disse o deputado.

Lupi foi quem indicou, para a presidência do INSS, Alessandro Stefanutto, que pediu demissão após a deflagração da operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) na semana passada. A investigação apontou que até R$ 6,3 bilhões podem ter sido desviados entre 2019 e 2024 por meio de descontos não autorizados em contracheques de beneficiários a título de mensalidades associativas.

Conforme Henringer, porém, o governo deveria assumir parte da responsabilidade, e não jogá- la apenas a Lupi.

- Na verdade, quem indica é o ministro, mas quem aprova é a Casa Civil. Lupi indicou, mas vocês (governo) assinaram embaixo. Essa responsabilidade é que o governo deveria entender que tem - cobrou.

Pesquisa

Esta semana, um pedido de instalação de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as irregularidades no INSS foi protocolado na Câmara. Lupi também é alvo de uma representação criminal apresentada pelo líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL- RS), na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Apesar da resistência de Lula em afastar Lupi até agora, uma pesquisa AtlasIntel divulgada ontem mostra que 85,3% dos brasileiros entendem que ele deveria ser demitido em função da crise no INSS.

Também ontem, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que a permanência de Lupi dependerá da "condição política".

- O que o governo está fazendo é dar instrumento ao ministro Lupi para, primeiro, mostrar capacidade de resolver os problemas. Hoje, tem um novo presidente do INSS, que é a instituição principal para solucionar esses problemas. Então, o ministro tem em mãos todas as ferramentas para virar essa chave. Vai depender agora da funcionalidade, da velocidade dessas soluções - disse.

A declaração ocorreu durante o ato de 1º de Maio promovido por centrais sindicais na zona norte de São Paulo, no qual Lula não compareceu. _

"A condição política pode determinar a continuidade (de Lupi) ou não."

Luiz Marinho - Ministro do Trabalho, durante o ato de 1o de Maio em SP

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