Vereador de Minas do Leão ataca governador por não abrir, na marra, canal ligando Lagoa dos Patos ao oceano
Alceu Flores (PL) poderia concorrer com Sandro Fantinel (PL) de Caxias do Sul a um imaginário troféu “asneira ambiental 2024”
Parlamentar fez manifestação com teor homofóbico no plenário da Câmara.
Se você achava que o vereador Sandro Fantinel (PL), de Caxias do Sul, era o mais forte candidato ao troféu “asneira ambiental 2024” saiba que ele ganhou um concorrente de peso. O também vereador Alceu Flores (PL), de Minas do Leão, está brigando pelo título. Sua manifestação, além de destrambelhada, tem o plus da homofobia.
Fantinel fez um discurso sugerindo a derrubada de todas as árvores da beira das rodovias, com o argumento de que são elas as responsáveis pelas tragédias ambientais - e não o contrário, a falta de vegetação.
Flores, conhecido como Alceu Magrão, fez uma gritaria para defender que simplesmente se rasgue, na marra, um canal para despejar a água da Lagoa dos Patos no Oceano. Confira a transcrição do vídeo:
- Por que será São Lourenço, por que Rio Grande, por que será Pelotas, por que São José do Norte? Por que estão “tudo” embaixo d’água sem necessidade? Por que que Porto Alegre até hoje tem baixado 25 centímetros por dia, sem chuva. Agora vem uma nova chuva, renova tudo de novo. É vergonhoso saber que não tem um homem, não tem um governador homem, homem, macho, pra passar por cima dos ambientalista (sic) e fazer o que tem que ser feito: abre um canal da "Lagoa dos Pato" para o oceano e esgota essa porcaria dessa "Lagoa dos Pato” que tá represando o Guaíba e represando o Jacuí e as pessoa tão lá, tão morta lá.
O vereador não está sendo original. Essa ideia de abrir um canal tem sido discutida em diferentes círculos, mas os especialistas são unânimes em dizer que não pode ser feita sem um estudo profundo do impacto ambiental.
Agora compare com o discurso de Fantinel:
- Então nós temos que encontrar soluções e discutir nessa frente, soluções que resolvam. Por exemplo, eu vi o vereador Lucas falar na questão “aquelas famílias que podem ser atingidas, que estão numa zona de risco, que a gente precisa tirar pra colocar num lugar seguro”. Quanto essas pessoas vão ter que esperar pra que o meio ambiente permita que se tire uma mata num lugar seguro, pra se colocar essas pessoa? Quanto nós vamos esperar? Porque o problema não é nem tanto o Executivo, os projetos. O problema é: passou na Sema? Passou no Meio Ambiente?
Passou na Fepam? Não passa. Não porque lá não pode tocar, por que não sei o quê, porque é isso, porque aquilo, aquele outro, porque tem a nascente X, porque tem a mata nativa aquela, não pode mexer. Então eu quero que fique registrado nos anais desta Casa o que eu vou dizer agora, porque eu vou apresentar e não me importa os comentário que vai vim (sic) depois, eu vou apresentar um projeto nesta Casa para que todas as estradas principais, não qualquer estrada, as estradas principais do interior seje (sic) retirada a vegetação, cinco metro pra cada lado. Por quê?
Porque todas as barreiras que caíram na minha região, Fazenda Souza, Vila Oliva, Santa Lúcia e alguns outros lugares, e mesmo aqui na Rota do Sol, que estourou a adutora. Por quê? O que foi que fez desmoronar? O que foi que fez cair a barreira? O peso das árvores, porque o solo encharcado as raízes não segura mais, a árvore com seu peso ela despenca junto com a terra e faz todos os desastre que nós vimo (sic) aí. Se tivesse cinco metros de vegetação retirada de cada lado de cada estrada do interior as estradas principais ali de São Roque, que o prefeito prontamente mandou fazer um paliativo, mas o pessoal tá conseguindo passar, o que que causou?
O peso das árvores. Então, beira de estrada tem que tirar cinco metro pra cada lado, não interessa se é mata nativa, não interessa se é pinheiro, não interessa o que que é. O que que vale? A vida humana. A vida humana. Quantos se perderam nessa situação? Então nós temos que discutir esse tipo de coisas. Soluções concretas. Bate-papo a gente já tá cansado de bate-papo.
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