sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010



26 de fevereiro de 2010 | N° 16258
Paulo Santana


O azar dos azares

Tenho um amigo que é a pessoa mais azarada que conheço. Tudo dá errado para ele. Se investe na bolsa de valores, no dia seguinte quebra o mercado de capitais da Islândia, derrubando as bolsas de todo o mundo.

Se compra um imóvel, em poucos dias o prédio desmorona. Se adquire um carro, a revenda chama-o para diversos recalls, tudo está estragado no veículo.

Não pode ter ninguém mais azarado do que ele. Ontem, encontrei-o e ele foi logo me dizendo: “Quando vi essa história do bolão da Mega Sena em Novo Hamburgo, fui logo vasculhar na minha casa onde estava o meu comprovante desse bolão. Não o encontrei, mas vou procurar de novo. Foi tanto o azar dos apostadores desse bolão, que eu devo ser um deles. É certo que eu comprei esse bolão”.

Dezenas de leitores me mandaram e-mails sobre isto: a pretensa aposta do bolão de NH seria de R$ 132. Com 40 cotas a R$ 11, que é o preço por que foram vendidas, a soma é de R$ 440.

O lucro, portanto, da lotérica seria de R$ 308, um lucro sobre todos os títulos excessivo, mais de 200% do valor da real aposta.

Esse negócio dos bolões é bilionário, movimenta grandes quantias.

E, ainda por cima, quando os apostadores acertam, não recebem.

Assisti ontem ao vídeo entregue pelo proprietário da lotérica à polícia, no qual se vê a funcionária encarregada do bolão chegando às pressas à lotérica, depois do sorteio, sábado à noite: nervosa, fica procurando supostamente o talão premiado. Não o encontrando na gaveta, leva as mãos à cabeça e parece começar a chorar.

Toda a aparência do vídeo é revestida de autenticidade.

Resta saber por que, em matéria tão importante e lucrativa como essa do bolão, o proprietário da agência não toma para si a conferência dos jogos, averiguando se eles foram feitos ou não. Por que deixar a cargo de uma funcionária uma missão tão especial e delicada como essa?

Acho que muitos leitores não leram ou não entenderam a coluna em que escrevi que a agência lotérica tem o dever de antes registrar a aposta e só depois proceder ao bolão.

Isso foi praticamente o que primeiro escrevi, mas tantos leitores me mandam dizer esta mesma coisa que penso ser útil a repetição.

Na ocasião escrevi mais: não só fazer primeiro a aposta, antes da venda do bolão, é obrigação da lotérica, como, também, cada volante vendido de bolão tem de ser acompanhado de uma fotocópia da aposta real feita.

Fora disso, é tudo confusão. E incerteza. E locupletação dos bolonistas que organizam os jogos e que porventura sejam desonestos.

Chega um elogio justo ao SUS: “Boa tarde! Prezado Sant’Ana. Vimos por meio de sua coluna agradecer à doutora Manoela Jorge Coelho e sua equipe, que fazem parte do Programa de Assistência Domiciliar (PAD) do Grupo Hospitalar Conceição.

Minha mãe tem 82 anos, apresenta quadro delicado de saúde e está sendo acompanhada pelo PAD desde que recebeu alta hospitalar. Além da visita semanal, nos é fornecido material p/curativos em úlcera de pressão, medicamentos p/hipertensão e diabetes, atendimento via telefone quando temos alguma dúvida, além do carinho inenarrável que minha mãe está recebendo desses profissionais da saúde. Os filhos agradecem com carinho.

Gostaria que publicasse este agradecimento, até mesmo para mostrar que o atendimento do SUS não é tão ruim como muitos falam. Grata. (as.) Susana Minussi, (smminussi@uol.com.br)”.

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