09 DE JULHO DE 2019
+ ECONOMIA
Latido e miado em vez de algoritmo
Facilitar a vida quem precisa viajar com cão ou gato é a especialidade da startup gaúcha Flypet. Criada em janeiro por Renata Sesterhenn, veterinária, e Surian Engel, publicitária, assessora viagens internacionais e nacionais. A ideia surgiu de amigos e familiares, relata Surian:
- Há aumento de famílias em viagem ou de mudança, principalmente para o Exterior.
Relata que há dificuldade de entender o processo de autorização de transporte, que envolve burocracia, documentação, prazos e , exigências sanitárias. Dois outros países estão no radar.
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"Desemprego em 9% em até nove anos"
Chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Samuel Pessôa admite que é hora de fazer algo para tirar o país da estagnação e da ameaça real de volta à recessão. Aqui, detalha sua visão, que não é exatamente otimista.
Como sair da estagnação?
A situação está difícil. No entanto, enxergo leve melhora à frente com a aprovação da reforma da Previdência. Talvez seja possível colocar a economia para crescer a 2% ao ano por certo período. É suficiente apenas para fazer a taxa de desemprego cair muito lentamente. Algo como 0,35 ponto percentual ao ano. Nesse sentido, estimo que o desemprego sairá dos 12% atuais para cerca de 9%, que parece ser a taxa natural, em oito ou nove anos.
Qual a origem do cálculo?
A população trabalhadora cresce 0,8% ao ano. A produtividade do trabalho, nos últimos 35 anos, subiu 0,5% ao ano. Somando, o avanço potencial do PIB hoje está por volta de 1,3% ao ano. Se crescermos a 2% ao ano, ao longo de certo período teremos 0,7 ponto percentual a mais do que o potencial. Tem uma regra de bolso, a lei de Okun, que estabelece relação de um para meio entre crescimento e redução do desemprego. Isso quer dizer que cada 2 pontos percentuais de crescimento além do potencial reduzem o volume de desocupação em um ponto percentual. Se for 0,7 ponto além do potencial, o desemprego cairá cerca de 0,35 ponto percentual por ano.
Não é possível acelerar?
Algum cuidadoso investimento público pode ajudar um pouco. Alguma queda da taxa Selic (juro básico do Banco Central) também. Mas, de fato, o problema de fundo - nossa baixíssima taxa de crescimento da produtividade - nos coloca em difícil situação. O problema é que é muito difícil acelerar o crescimento sem que o investimento cresça. O investimento, por sua vez, depende de haver um horizonte futuro de planejamento. Não temos isto hoje no Brasil. Não sei se conseguiremos construir.
Há espaço para investimento público hoje?
A Carta do Ibre e eu defendemos alguma elevação do investimento público para tentar reativar o setor de construção civil. Mas, além das limitações orçamentárias, há inúmeras limitações regulatórias e de gestão que dificultam a capacidade do Estado em elevar o investimento. Ou seja, temos a redução do juro, alguma possibilidade de elevar o investimento público no programa Minha Casa Minha Vida e na manutenção de estradas e vias públicas em geral e, finalmente, concessões de infraestrutura e privatização. Esses dois últimos itens levam mais tempo. Adicionalmente, há longa agenda regulatória para que as concessões deslanchem. Ou seja, além dos problemas macroeconômicos, há grandes limitações microeconômicas para voltar a crescer.
MARTA SFREDO
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