sexta-feira, 19 de julho de 2019


18 DE JULHO DE 2019
+ ECONOMIA

"Pequena injeção" na economia

A liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que deve ser anunciada nesta semana, representa tentativa de estímulo ao consumo no momento em que diversos setores da economia sofrem com a baixa demanda. Apesar do possível benefício, a medida não resolverá todos os problemas do país, apontam especialistas. Seria uma espécie de paliativo.

A projeção do governo é de que a medida injete até R$ 42 bilhões na economia. A liberação deve ser de até 35% das contas ativas. No sentido contrário, a equipe econômica avalia acabar com o saque automático do FGTS nas demissões sem justa causa.

Não é a primeira vez que o país presencia o debate sobre a liberação de recursos dessa fonte. Em dezembro de 2016, o então presidente Michel Temer anunciou o saque de contas inativas do FGTS. O objetivo era o mesmo: estimular a economia, que à época era assombrada pelo segundo ano consecutivo de recessão. Segundo analistas, os efeitos no consumo foram positivos, embora incapazes de destravar toda a demanda represada pela crise.

Na Argentina, o presidente Jair Bolsonaro disse ontem que a liberação dos saques será uma "pequena injeção na economia". Quem demonstra preocupação com a medida é o setor da construção civil. Isso ocorre porque o FGTS é uma das importantes fontes de financiamento de imóveis no país - o teto é de R$ 1,5 milhão.

- Os recursos das contas não seriam mais direcionados só para a construção, mas a vários setores. O FGTS é um grande funding (fonte de financiamento), principalmente para imóveis do Minha Casa Minha Vida. Liberar os saques é um erro. A construção gera benefícios sociais - argumenta Aquiles Dal Molin Júnior, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado (Sinduscon-RS).

LEONARDO VIECELI - INTERINO

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