sábado, 20 de julho de 2019


20 DE JULHO DE 2019
INFORME ESPECIAL

A sensibilidade do comandante


Foi uma resposta de arrepiar. Perguntei ao comandante da Brigada Militar, coronel Mário Ikeda, o que a sociedade, incluída a imprensa, pode fazer para ajudar a impedir que mais policiais morram nos defendendo.

A plateia era seleta. Governador em exercício, presidente da Assembleia, cúpula do MP, da Polícia Federal, representante do Tribunal de Justiça, do TCE, do Senado, chefe de Polícia, entre outros. Estávamos no evento de celebração de 30 meses do GDI, Grupo de Investigação da RBS que reúne 12 dos melhores profissionais do Brasil (leia mais nas páginas 20 e 21).

O coronel Ikeda disse muitas coisas, todas pertinentes. Mas uma, em especial, emocionou a todos. O comandante não falou em salários ou em plano de carreira. Não era o momento. Ikeda pediu algo simples, que cada um pode e deve fazer: agradecer.

Morei nos EUA ano retrasado e lá, no começo, achava estranho quando um cidadão passava por um militar ou por um policial no meio da rua e dizia: "Obrigado por nos proteger". Senti, pelo que disse o coronel, que a Brigada Militar precisa - e merece - de mais reconhecimento.

Depois da fala do comandante, que foi aplaudido, a chefe de Polícia, Nadine Anflor, contou uma pequena história. Ela presenciou o motorista de uma van escolar dizer para um aluno: "Põe o cinto de segurança, senão a polícia vai te pegar". Imagino que a criança possa ter ficado confusa sobre quem é o mocinho e quem é o vilão.

TULIO MILMAN

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