quinta-feira, 25 de julho de 2019


25 DE JULHO DE 2019
NEGÓCIO DE R$ 86 BILHÕES

Petrobras privatiza rede de postos


A estatal Petrobras arrecadou R$ 8,6 bilhões com nova venda de ações da BR Distribuidora na terça-feira. A subsidiária de postos de combustíveis, a maior rede do país, com presença em todos os Estados, passa a ter mais capital privado do que público. O negócio é mais um capítulo dos desinvestimentos da Petrobras. A gestão Jair Bolsonaro, com Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia, pretende acelerar esse processo.

A petroleira, que detinha 71,25% do capital da BR, se desfez de fatia de 30% do total da companhia. Com isso, deixa de ter controle, conforme fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Petrobras fechou a venda de quase 350 milhões de ações por R$ 24,50 cada. Agora, a petroleira detém 41,25% da distribuidora.

Um lote de mais papéis, chamado de suplementar, poderá ampliar as cifras dessa negociação de privatização nos próximos dias. Serão ofertadas mais 43,7 milhões de ações, também por R$ 24,50 cada uma. Efetuadas essas transações, a arrecadação poderá chegar a R$ 9,6 bilhões. Nesse caso, a participação da Petrobras na empresa cairá para 37,5%. Em 2017, a estatal já havia vendido 28,75% das ações da BR, em operação que girou em torno de R$ 5 bilhões. A petroleira, até então, detinha 100% do capital da distribuidora, o que fazia da BR uma empresa totalmente pública.

Concorrência

Hoje, a BR Distribuidora tem como principais competidores a Raízen, empresa da Cosan que opera com a marca Shell, e a Ipiranga, do grupo Ultra. A avaliação da gestão das empresas é de que, sem controle estatal, a distribuidora ficará mais ágil para competir no mercado brasileiro.

Aprovada pelo conselho de administração da Petrobras em maio, a venda das ações é parte do plano para levantar recursos para pagar dívidas e focar na exploração do pré-sal. A operação de terça-feira só foi possível após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em junho deste ano, que liberou a privatização de subsidiárias de estatais sem aval do Congresso.

Na esteira do julgamento do STF, a empresa também concluiu outro negócio bilionário. Em junho, foram negociados cerca de 90% das operações da TAG, subsidiária que opera as malhas de gasodutos do Norte e Nordeste, à francesa Engie e à canadense Caisse de dépôt et placement du Québec, por R$ 33,5 bilhões.

Também em junho, a Petrobras deu início à venda de refinarias. Serão desestatizadas oito das 13 unidades, em um processo que pretende privatizar metade da capacidade nacional de refino.

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