08 DE JULHO DE 2019
RBS BRASÍLIA
Sabotagem à reforma
O grande desafio da semana para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), será driblar o golpe contra a reforma da Previdência que as corporações preparam com o apoio de integrantes do próprio governo. Como é tradicional e legítimo em votações dessa magnitude, o plenário vai virar uma arena, com galerias fazendo barulho e lobistas agindo no silêncio dos corredores. Representantes de policiais e outras categorias do serviço público querem assegurar vantagens nas regras da aposentadoria. Em campanha aberta e precoce à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro encoraja a iniciativa e manda sinais trocados ao Congresso.
A renovação levou à Câmara 38 parlamentares de origem militar e policial. Os militares já garantiram tratamento especial, porque terão propostas de mudanças suaves tratadas em um projeto de lei. Os policiais têm chamado o presidente e o PSL de traidores. Se a equipe econômica ceder, abrirá a porteira para outras categorias e, aí sim, apenas o regime geral pagará a conta e tanto esforço por uma reforma na Previdência será jogado fora. A única emenda que carece de apoio é a que assegura Estados e municípios. O resto é sabotagem.
CANARINHO
O presidente Bolsonaro fez questão de demonstrar otimismo com a votação da reforma da Previdência durante almoço no Palácio da Alvorada com ministros e deputados. No cardápio, peixe assado na grelha, sob a responsabilidade do secretário especial da Pesca, Jorge Seif Junior. Logo depois, o grupo embarcou com o presidente para o Rio, rumo ao Maracanã. A comitiva, com quase 20 convidados, contou com os deputados gaúchos Darcísio Perondi (MDB) e Marcel van Hattem (Novo).
NIÓBIO
Tanto Bolsonaro tem falado sobre o nióbio no Brasil, que a Comissão de Minas e Energia da Câmara marcou para amanhã uma audiência pública para discutir a exploração, o comércio e a exportação do mineral. A expectativa é de que o assunto seja tratado com dados concretos.
PONTA DO LÁPIS
Apesar da possibilidade de traição na última hora, o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) calcula em 330 o número de votos favoráveis à Previdência. O governo precisa de 308 para a aprovação da proposta no primeiro turno. O PSL continua sob monitoramento, em razão da aposentadoria dos policiais.
CAROLINA BAHIA
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