Jaime Cimenti
Notícia da edição impressa de 01/09/2017.
Alterada em 31/08 às 17h04min
A saga dos Menda e dos Castiel
Detalhes da capa do livro REPRODUÇÃO/JC Caminhos de leite e mel (Editora Movimento, 384 páginas, R$ 50,00), do advogado e escritor Isaac Menda, é um caudaloso romance que homenageia e narra as sagas das famílias Menda e Castiel, origens paterna e materna do autor, respectivamente.
Há quem diga que a história dos judeus no mundo poderia se resumir a uma frase: "tentaram acabar conosco. Não conseguirão!". Na contracapa do livro de Menda está escrito: "Os judeus sobreviveram a tragédias e aniquilações que, de acordo com as leis naturais, não poderiam suportar. Sobreviveram porque mantiveram seus princípios, sua tradição e sua história." O romance narra acontecimentos de 1492, na Espanha, até chegar ao ano de 2010, em Porto Alegre.
O ano de 1492 marca a ação da Inquisição, que expulsou os judeus da Espanha, sob a liderança dos reis católicos Fernando e Isabel. Menda parte da edição de uma Torá ficcional em 1492, obra que será levada numa das esquadras de Cristóvão Colombo e tomará direções e intrincadas, sendo algumas vezes perdidas e outras roubada e constrói uma narrativa imensa e por vezes bem-humorada, contando sobre a saga da linhagem Castile, desde o século XVI até nossos dias.
A descoberta da América por Colombo e outros fatos históricos, bem como relatos sobre a vida e cultura judaicas do período, constituem um capítulo especial do romance, que tem prefácio do jornalista e escritor Walter Galvani, o qual registra: "Está tudo ali, no livro de Isaac Menda, fruto de um profundo conhecimento histórico e uma rica pesquisa e uma dose de compreensão, cultura e humanismo, por parte de quem conhece e estuda o Brasil, a comunidade brasileira e, de modo particular, Porto Alegre e o Rio Grande do Sul".
O livro mostra a vida na Espanha de 1492 e na Turquia no início do século XVI, revelando como viviam os judeus sefaradis na Turquia nos primórdios do século passado e descreve como era nossa Porto Alegre a partir de 1900, com a chegada das primeiras famílias sefaraditas. Elas se estabeleceram com lojas de tecidos na Rua dos Andradas, no Centro da cidade. Por coincidência, as lojas eram no lado ímpar.
Portanto o leitor tem nas mãos um belo romance, elaborado com envolvente ficção e dados históricos, retratando povos e locais fundamentais de nosso mundo e prestando comovente homenagem às famílias Castiel e Menda.
lançamentos
Cartas de amor a uma princesa e outras peças curtas (É Realizações Editora, 128 páginas) traz sete peças curtas, extravagantes e melancólicas, do romeno Matéi Visniec, que vive e trabalha na França desde 1987, onde é refugiado político. Suas peças são editadas e montadas em mais de 20 países, especialmente França e Romênia, e tratam de amor, família e capitalismo.
Fascismo e antifascismo italianos (Educs, 216 páginas), do professor e escritor João Fábio Bertonha, autor de mais de 20 obras sobre fascismo e antifascismo, traz ensaios que falam dessa problemática e dos seus desdobramentos pelo mundo, com ênfase no continente latino-americano e, mais especialmente, no Brasil.
A primeira parte da obra fala de aspectos teóricos; a segunda, de projetos de expansão; e a terceira, do transnacionalismo fascista.
Leão, o africano (Ateliê Editorial, 206 páginas), de Murilo Sebe Bom Meihy, professor, mestre em História pela PUC-Rio e doutor em Estudos Árabes pela USP, trata da vida do exilado granadino chamado Leão, o Africano, que mostra o outro lado da modernidade: a arte de enganar para sobreviver, de traduzir culturas para negociar e de se fazer o comércio par dominar o conhecimento sobre certos povos. - Jornal do Comércio
(http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/08/colunas/livros/582792-a-saga-dos-menda-e-dos-castiel.html)
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