sexta-feira, 26 de junho de 2020



26 DE JUNHO DE 2020

INFORME ESPECIAL

O caso Weintraub expõe absurdos éticos do Banco Mundial


Em uma empresa privada, o passado de um candidato a colaborador importa. E muito. O setor de recursos humanos pesquisa currículos em busca de consistências técnicas e éticas. Mas não no Banco Mundial, o maior do planeta quando o assunto é fomento econômico.

O próprio presidente do comitê de ética da instituição, Guenther Schoenleitner, declarou que as avaliações do órgão que comanda são "prospectivas", ou seja, só valem a partir do momento em que um novo diretor ou funcionário for contratado. Se fosse um banco privado, suas ações despencariam na bolsa e cabeças rolariam. Mas o Banco Mundial é uma daquelas estatais pesadas e cheias de influências políticas. A diferença é que pertence a vários países, e não a um só.

Pelo que disse Schoenleitner, genocidas, ditadores, torturadores e bandidos em geral são bem-vindos, desde que tenham bons padrinhos e se acalmem depois da nomeação. Essa norma é tão absurda que atrapalha Abraham Weintraub, alvo de questionamento de servidores do banco, que não querem o ex-ministro brasileiro como colega. 

Mais lógico - e ético - seria dizer que não há condenação contra ele e que, por isso, o candidato a diretor ainda é, tecnicamente, inocente. O cargo a ser ocupado pelo apadrinhado de Jair Bolsonaro exige, de acordo com especialistas, habilidades técnicas e diplomáticas. O primeiro desafio de Weintraub nesse segundo quesito, a julgar pelas primeiras reações internas à sua indicação, será encontrar companhia para o cafezinho.

Sete free shops de cidades gaúchas são notificados

O Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou sete free shops instalados em cidades gaúchas localizadas na fronteira com o Uruguai e com a Argentina pela suposta comercialização de bebidas alcoólicas sem as certificações exigidas.

No documento, enviado pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), ligado à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), as empresas são questionadas sobre a procedência dos produtos vendidos. É solicitada ainda a apresentação do certificado de inspeção de importação, expedido pelo Ministério da Agricultura.

A diretora do DPDC, Juliana Domingues, explica que a preocupação é com a saúde e segurança do consumidor. A atenção com a questão da saúde, diz a diretora, fica ainda maior devido à crise sanitária global causada pela pandemia do novo coronavírus.

Ela lembra que bebidas alcoólicas comercializadas nestes estabelecimentos precisam ter "informações corretas, claras, adequadas, para não induzir o consumidor a erro ou engano". As lojas francas terão ainda de prestar outros esclarecimentos sobre a regularidade dos produtos. O Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) foi informado da ação. Tanto para acompanhar os procedimentos do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor quanto para tomar medidas que considerar cabíveis.

Os free shops notificados ficam nas cidades de Jaguarão, Uruguaiana, Barra do Quaraí e Porto Mauá.

TULIO MILMAN

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