terça-feira, 13 de outubro de 2015



13 de outubro de 2015 | N° 18323+ 
ECONOMIA | Marta Sfredo

QUANDO O CÉU ERA AZUL

Embora grande parte da indústria de construção de equipamentos para exploração de petróleo em alto mar esteja encalhada no pântano da Operação Lava-Jato, tem contrato avançando no mais recente polo naval do Estado, em Porto Alegre.

Justo antes da chuvarada e que a subida do Guaíba complicasse as operações, a parceria Palfinger Koch fez a primeira entrega de guindastes offshore montados em uma área de 9 mil metros quadrados no porto da Capital.

A primeira parte do maior pedido da história da austríaca Palfinger foi entregue no final de setembro ao estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo, com ajuda da gaúcha Koch. Os sete conjuntos de quatro guindastes cada – dois com capacidade de 85 toneladas métricas e dois com capacidade de 63 toneladas métricas – devem equipar sete navios-sonda construídos pela Jurong Aracruz. A entrega deve ser concluída até dezembro de 2017.

ONDE BATE O IMPEACHMENT

Há dois meses, quando a probabilidade de impeachment era estimada entre 15% e 30% por diferentes consultorias, a coluna abordava o custo desse passo com base em estimativas de Paulo Figueiredo, diretor de operações da assessoria de investimentos FN Capital, feitas para satisfazer a dúvidas de clientes.

Parte do cenário traçado por Figueiredo já se configurou sem que o processo avançasse, embora a probabilidade tenha crescido – acaba de ser estimada em 50% pela Arko Advice.

O economista projetava, na época, dólar acima de R$ 4, juro além de 14,5% e bolsa abaixo dos 40 mil pontos. Hoje, isso corresponderia a queda superior a 20%. Esta terça-feira vai testar o quanto está precificado, após uma semana de incomum bom humor.

Se o mercado doméstico já antecipou parte dos efeitos – e depois se recuperou –, o maior impacto deve vir mesmo do Exterior. Figueiredo já observava, em agosto, que se o impeachment avançasse neste ano, os investimentos externos só retornariam em 2017. Não que existam muitos candidatos batendo à porta para aplicar em projetos no Brasil neste momento de incerteza.

Além do mercado e do investimento direto, outro foco de insegurança se exacerba caso se confirme a abertura do processo: o futuro das contas públicas. O destino do fiador do ajuste, o ministro Joaquim Levy, é incerto se o Congresso passar a contar votos para ver se derruba ou não a presidente Dilma Rousseff. Se acertar receita e despesas com Levy estava difícil, pode se tornar impossível com o jogo de forças que vai se seguir.

GAÚCHOS DE HAVAIANAS?


Quem acompanha a situação das empresas calçadistas no Brasil avalia que, se há três indústrias em condições de fazer uma oferta pela Alpargatas, uma seria a Grendene, que mantém sede administrativa em Farroupilha.

A divisão de calçados e confecções do Grupo Camargo Corrêa está à venda, assim como a InterCement e, possivelmente, a CPFL – com seu braço também gaúcho, a RGE – em decorrência da Lava-Jato.

Além da Havaianas, a Alpargatas abarca Mizuno, Topper, Rainha, Dupé e Timberland. Em 2014, havia dobrado, para 60%, sua participação na Osklen.

Por gestão e por perfil, a Grendene estaria entre as favoritas. Mas quem segue as pegadas do negócio vê rastros ainda de ao menos duas candidatas: a Arezzo, que tem sede operacional em Campo Bom, e a Beira-Rio, de Igrejinha.

Além de encher rios e lagos, a chuva que cai sem parar no Estado ajudou a esvaziar o comércio gaúcho. Conforme a Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), as vendas para o dia das Crianças tiveram queda nominal (sem descontar a inflação) de 3% em relação ao ano passado. O faturamento ficou na casa dos R$ 243 milhões, ante R$ 250 milhões em 2014. O presidente da AGV, Vilson Noer, lembra que 85% das vendas são em lojas de rua – principalmente no Interior, o que explica parte da queda. A expectativa era de empatar com 2014.

OBRAS DE CHOCOLATE
Até o final deste mês, deve ser inaugurada uma nova Caracol Chocolates na Rua Coberta de Gramado. Quem conhece a cidade serrana pode estranhar, porque uma das lojas da marca já está em uma das posições de destaque do local que, nestes dias chuvosos, têm sido ainda mais frequentados por turistas.

É que a “esquina” ocupada hoje em parte por prateleiras de chocolates vai ser toda dedicada ao restaurante Caracol Gourmet.

As vendas vão se transferir um pouco para trás na própria Rua Coberta, em uma área já em obras. Lá, além da linha tradicional de produtos, háverá um espaço dedicado para lançar as novidades da marca – produtos diferenciados com edição limitada.

SEDENTA PELO DOMÍNIO NO MERCADO DE CERVEJAS, A AB INBEV ELEVOU A PROPOSTA PARA COMPRAR A BRITÂNICA SABMILLER. AGORA, A EMPRESA BELGO-BRASILEIRA QUE TEM ENTRE OS PRINCIPAIS ACIONISTAS O GRUPO 3G, DO BRASILEIRO JORGE PAULO LEHMAN PAGARIA CERCA DE US$ 103 BILHÕES PELA RIVAL. SE FECHADA, A FUSÃO CONCENTRARIA UM TERÇO DAS VENDAS GLOBAIS DE CERVEJA.

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