sexta-feira, 26 de maio de 2017

Jaime Cimenti

Sexo, futebol, política, religião e redes sociais 

Definitivamente, essas coisas de sexo, futebol, política, religião e outros bichos andam complicadas nas redes sociais. Estou até pensando em consultar a Célia Ribeiro, a Danuza Leão e a Gloria Kalil para saber como me comportar melhor na web. Não está fácil. Tenho 2.745 amigos no Facebook, mas não gostaria de ficar perdendo-os ou arrumando mais confusões do que as que já tenho e que não são poucas.Cheguei a pensar em dar um tempo fora das redes, tirar um período sabático ou, então, ficar só visualizando e lendo os conteúdos, sem me manifestar. Complicado. 

O que vou fazer é diminuir as horas com as redes, seja no iPhone, seja na tela do computador. Já nem sei mais quantas horas fico navegando. Nem pretendo contar, mas que é melhor diminuir, é.Esse negócio de informação, opinião, curtidas e comentários nas redes me lembrou o que aconteceu um tempo atrás no Boteco do Manuel, no Centro do Rio de Janeiro. Pois uns caras começaram a discutir e brigar por questões de política e o Manuel falou: aqui não se pode discutir política. Passaram uns minutos, flamenguistas e torcedores do Fluminense iniciaram um fla-flu verbal brabo. 

O Manuel interviu: aqui não se pode discutir futebol. Bom, aí o papo enveredou por questões de religião, terrorismo etc, e a coisa já estava acalorada quando Manuel determinou: não se discute religião aqui dentro. Aí o Zé Carlos, que já tinha tomado várias, olhou para o Manuel e disse: e de sexo, podemos falar? Sim, de sexo, sim, respondeu o Manuel. Aí o Zé Carlos lascou: então, Manuel, vá se f...Mas voltando à comunicação dita "fria", especialmente em grupos, é melhor ir com calma nesses temas polêmicos. Mais tranquilo ficar postando fotos de netos, filhos, familiares, gato, cachorrinho, vovó e vovô. Uns publicam fotos até de quartos de hospital. 

Só falta postarem fotos de cirurgias em andamento. Pessoas adoram fotos e não se ligam muito em textos, especialmente os "tijolões". Esses dias postei uma foto com minha mãe, no Parcão, no Dia das Mães - uns quatrocentos e cinquenta acharam uma gracinha, outros 50 e poucos fizeram doces comentários. Mãe é mãe.Fotos de bebês, crianças e adolescentes, bem como de animaizinhos, são um sucesso. As redes parecem até aquelas colunas sociais de pequenas cidades do interior, com fotos emocionantes e quase nada de texto para chatear. Pois é, principalmente num Estado gre-nal como o nosso, é complicado ficar comentando sobre política e futebol, em especial. 

Mas bem que a criatividade antes e depois dos jogos é até divertida nas redes. Está lá nas redes, tricolores experientes falando para os colorados: enquanto tu estás indo, já fui e voltei duas vezes.... Achei um pouco malvada essa mensagem: a casa do Collor caiu, a casa da Dilma caiu, a casa do Lula caiu, a casa do Temer caiu. Só a do Grêmio não caiu porque ele não tem... Achei a mensagem de gosto duvidoso e não fiquei espalhando, pois respeito os queridos coirmãos. 

O tricolor deve seguir forte, imortal, para que sigam as festas coloradas nos gre-nais... 

a propósito... 

Brincadeiras à parte, o certo é que todos precisam fazer um esforço para não desrespeitar os outros nas redes. Evidente que, se a pessoa espera um pouco para reagir a um comentário ou mensagem, melhor. Mas parece que todo mundo anda hipercinético, sanguíneo, respondendo na hora e aí as amizades acabam. 

Respeito é bom, todo mundo gosta, faz bem para a saúde e fortalece, muito, as amizades. Publicar fotos, informações ou fofocas de outros, sem autorização, melhor não. Enfim, delicadeza, educação, civilidade e velhas palavras como obrigado, desculpe e com licença cabem muito bem nas redes, onde a privacidade foi para o espaço. "Caiu na rede, é peixe", a gente dizia - agora diz: ajoelhou na rede, rezou! - Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/05/colunas/livros/564131-comunismo-e-muitas-guerras.html)

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