quinta-feira, 4 de maio de 2017


04/05/17Armando Burd   
OSul

A toque de caixa 

Para aprovar a reforma da Previdência na Comissão Especial, ontem, o governo precisava de 19 votos favoráveis. Obteve 23, um a menos do que a previsão de assessores do presidente Michel Temer. A oposição não passou dos 14. A próxima etapa será a mais difícil: chegar a 308 votos no plenário de 513 deputados federais.

Lamentável é que parlamentares da situação e da oposição não apresentaram cálculos e projeções para sustentar seus argumentos. Ficaram em simples enunciados, justificando que as mudanças taparão os rombos do momento ou que a Previdência é superavitária. Nada além. Retrato do despreparo para decidir sobre o futuro dos brasileiros.

Para controlar

A lei federal da tornozeleira eletrônica, que José Dirceu passa a usar, foi assinada a 15 de junho de 2010. A inovação surgiu em São Paulo há 11 anos.
O primeiro magistrado a determinar a inovação foi o norte-americano Jack Love na década de 1980. Inspirou-se num episódio de desenho em quadrinhos do Homem-Aranha: o vilão da história colocava um bracelete eletrônico no herói, de modo que pudesse localizá-lo onde estivesse.

Com ginga

O ponteiro-direito Garrincha consagrou a jogada conhecida como “faz que vai, mas não vai”. O corpo caía para um lado, um toquezinho conduzia a bola para o outro e o lateral era driblado. É o que o PTB faz com o governo do Estado, após o convite para entrar em campo, quer dizer, aceitar cargos no secretariado.

Omissão injustificável

As greves tornaram-se corriqueiras nos Correios, provocando transtornos e prejuízos. A circunstância reitera a necessidade urgente de regulamentação do direito de paralisação nos serviços considerados essenciais, como determina a Constituição de 1988. O governo federal, em 2018, poderá soprar velinhas assinalando 30 anos de omissão. É inegável para todas as categorias profissionais o direito de reivindicar melhores condições de trabalho e salário. Porém, os Correios mantêm o monopólio na coleta e distribuição de dezenas de milhões de correspondências por mês. Sem outra alternativa,  quem utiliza os serviços é penalizado.

Depois é tarde

A oposição criticou a forma imperial de escolha de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal. Depois da posse, esqueceu do assunto. Se existe, verdadeiramente, a intenção de modificar o critério, o momento é agora. Não quando houver abertura de nova vaga por aposentadoria de um ministro.

Requisito

“O meu comportamento será o comportamento que teve Juscelino Kubitschek: paciência, paciência, paciência, porque a verdade prevalecerá.” A frase foi dita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em setembro de 2005, quando o caso do mensalão pegava fogo. Pode ser repetida agora por um espectro amplo de políticos envolvidos em denúncias.

Antecipado

Sugestão de pauta mínima para a próxima campanha eleitoral em substituição ao bate-boca pobre e inútil de sempre: degradação dos partidos, Produto Interno Bruto negativo, desemprego, devastação da Amazônia, juros altos, dívida pública, avanço das drogas, analfabetismo, e corrupção generalizada.

Fundo musical

Sem votos para aprovar os projetos na Assembleia Legislativa, o Executivo deverá adotar como hino “Bandeira Branca, Amor”, composição de Max Nunes e Laércio Alves.

Conceito

Francisco de Goya, pintor preferido dos reis de Espanha, avaliou o começo do século 19 com uma frase: “O sono da razão produz monstros”. Adequado ao Brasil de hoje.

Sonham com presentes

Os governadores gostariam muito que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, começasse agora um curso de Papai Noel. Estaria preparado para os pedidos que receberá em dezembro.

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