sexta-feira, 26 de maio de 2017


Jaime Cimenti

Comunismo e muitas guerras 

A maldição de Stalin (Record, 558 páginas, tradução de Joubert de Oliveira Brizida) é um trabalho de fôlego sobre acontecimentos mundiais marcantes envolvendo o projeto de expansão comunista na Segunda Guerra Mundial e seus ecos para além da Guerra Fria. Robert Gellately, o autor, é professor de História da Cátedra Earl Ray Beck na Universidade Estadual da Flórida. Ele escreveu livros aclamados como Apoiando Hitler: consentimento e coerção na Alemanha Nazista e Lenin, Stalin e Hitler: a era da catástrofe social - ambos traduzidos para mais de vinte idiomas. 

Foram publicados no Brasil pela Editora Record. Jörg Baberowski, historiador alemão de renome internacional e professor de História da Europa Oriental na Humboldt University, escreveu que era plenamente possível que Stalin tenha sido ou se tornado um psicopata, que gostava de matar e achava que a violência era um fim em si mesma, sem importar ideologias ou motivos para isso. Gellately não chega a tanto. Entende que a ideologia marxista-leninista interpretada por Stalin orientava os homens dos altos escalões, além de inspirar outros muitos milhões. As interpretações de Stalin afetaram profundamente as políticas econômica, social, cultural e exterior do país, e a vida de cada cidadão foi transformada. 

Mais do que mero terror, as políticas de Stalin dominaram a União Soviética e a Europa Oriental por décadas em países como a China. Depois da morte de Stalin, durante quarenta anos a União Soviética seguiu suas diretrizes. Líderes soviéticos e elites governantes continuavam a articular suas posições em grande parte na linha stalinista, até a edificação do outrora poderoso Império Vermelho ruir por completo. 

Com base em numerosos documentos originais russos e outras fontes do Leste Europeu, liderados após o fim da União Soviética, além de muitos outros documentos alemães, americanos e ingleses, o historiador best-seller Robert Gellately delineou as origens dessa influência desde o seu período de incubação, durante os primeiros dias da Segunda Guerra, até a morte de Stalin, em 1955 e examina profundamente muitos aspectos do ditador, que queria espalhar o comunismo pelo mundo. O trabalho de Gellately é importante, na medida em que, mesmo em nosso mundo do século XXI, ditadores de vários matizes seguem infernizando a vida de milhões de pessoas, em várias partes do planeta. 

O culto à personalidade, o uso da violência e as ideias de dominação de Stalin estão bem narradas e estudadas por Gellately. 

lançamentos 

Autoestima (Edição do autor, 252 páginas), do psiquiatra e neurocientista Diogo Lara, é um romance que narra como a protagonista recuperou sua autoestima, usando técnicas e não remédios. Mostra como o excesso de sensibilidade emocional à críticas, rejeição e necessidade de agradar a todos estão ligados à autoestima. Xadalu - Movimento urbano (Joner Produções, 140 páginas), organizado por Adauany Zimovski, Carla Joner e Dione Martins, tem textos de Dione, Adauany, Vitor Mesquita, Francisco Dalcol, André Venzon e Patrícia Ferreira sobre o artista Xadalu. Arte urbana, Toniolo e temáticas indígenas em fotos em cores e em preto e branco. Diálogos (Editora Metamorfose,130 páginas), organizado e editado pelo escritor e ministrante de oficinas literárias Marcelo Spalding, apresenta 24 contos em forma de diálogos, de autoria dos oficineiros da Metamorfose Cursos. 

Obra onde até a apresentação é em diálogos, prima pela singularidade. - Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/05/colunas/livros/564131-comunismo-e-muitas-guerras.html)

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