quarta-feira, 9 de outubro de 2024


09 de Outubro de 2024
INFORME ESPECIAL -Rodrigo Lopes

Haifa em seu pior dia

Com 280 mil habitantes, Haifa é, em tempos normais, uma cidade pujante, universitária, a terceira maior de Israel. No entanto, vive seu maior êxodo. Milhares de moradores deixaram a metrópole do norte do país, cujos montes, como Carmelo, quase beijam o Mar Mediterrâneo. Eles buscam abrigo em regiões mais seguras de Israel - além de Haifa, em todo o Norte, cerca de cem mil pessoas estão desalojadas há um ano devido aos ataques do Hezbollah.

Quem ficou, enfrentou ontem a maior barragem de foguetes em um ano de confronto. O grupo terrorista lançou contra Haifa cerca de cem artefatos, em duas ondas. Segundo os militares, a maioria dos projéteis lançados a partir do Líbano foi interceptada pelo sistema antiaéreo israelense, o Iron Dome. A poderosa cúpula, no entanto, vazou. Foram relatados alguns impactos nos subúrbios de Kiryat Yam e Kiryat Motzkin. Uma mulher na faixa dos 70 anos foi ferida por estilhaços, e danos foram causados a várias casas. Sem o Iron Dome seria muito pior.

A coluna circulou pela cidade em boa parte do dia - de carro e a pé. É uma Haifa fantasma: os poucos moradores que arriscam sair às ruas, andam a passos rápidos, próximos a abrigos antiaéreos. É para lá que precisam correr, caso as sirenes disparem. E elas disparam a toda hora - agonizantes, infindáveis. Outros carregam sacos com comida e garrafas d?água, temendo escassez ou o fechamento dos mercados. Próximo ao porto, o maior dos três principais terminais marítimos internacionais de Israel, há sinais de pedaços de concreto e tijolo deslocados por estilhaços dos foguetes.

As Forças de Defesa de Israel aumentaram as restrições ao funcionamento das escolas hoje, em um indicativo de que a situação tende a piorar: colégios só poderão ter aulas se houver um bunker, um abrigo antiaéreo, ao alcance, com rapidez, de estudantes e alunos. A pujante Haifa, dos relatos bíblicos, do Templo Bahá?i e seus jardins, um dos locais mais bonitos do mundo, governada por hebreus, persas, romanos, bizantinos, árabes, cruzados, otomanos, egípcios, britânicos e, finalmente, israelenses, está sem cor. _

Um ritual para viajar o mundo

Entrevista -Sarit Zehavi - "O Líbano é um trauma para Israel"

Tenente-coronel da reserva, Sarit Zehavi é conhecida como "os olhos de Israel para o Norte", uma das áreas mais perigosas do mundo na atualidade. Ela serviu por 15 anos no Corpo de Inteligência das Forças de Defesa de Israel. Sarit costuma fazer análises sobre segurança no Líbano e na Síria.

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