quarta-feira, 16 de outubro de 2024


16 de Outubro de 2024
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

"Pacote de maldades" virá depois da eleição?

Toda vez que o dólar sobe muito, a equipe econômica acena com medida de aperto nos gastos. A escalada de junho levou o câmbio de R$ 5,30 a R$ 5,60 e antecipou o anúncio de corte de R$ 15 bilhões, que viraram R$ 13,3 bilhões no bimestre seguinte.

Agora, com a moeda americana outra vez rondando os R$ 5,60, a informação extraoficial é de que estaria em preparação um "pacote de maldades" - apelido usual para medidas de corte de gasto - a ser anunciado depois das eleições. O objetivo seria permitir o retorno do Brasil ao "clube dos bons pagadores", depois da polêmica provocada no mercado pela melhora do rating (nota de crédito) feita pela Moody?s.

Estaria em preparação um "pacote relevante" de revisão de gastos que seria apresentado como "política de Estado", ou seja, que possa ser aplicado por qualquer governo de turno, discurso preparado também para vencer resistências da oposição no Congresso.

Revisão de benefícios sociais

O conteúdo envolveria mudança em regras de verbas sociais como abono salarial, seguro-desemprego e Benefício de Prestação Continuada (BPC), que já passa por pente-fino depois de ter disparada nas despesas.

No caso do BPC, a mudança envolveria a desindexação do salário mínimo, que no governo Lula voltou a ter reajuste real (acima da inflação), ou aumento na idade mínima de acesso. Hoje, é pago a pessoas de baixa renda acima de 65 anos e com deficiência, mesmo sem contribuição à previdência.

No caso do abono salarial, pago a quem tem carteira assinada e ganha até dois salários mínimos (R$ 2.824), o critério passaria a ser a renda familiar. A mudança no seguro-desemprego eliminaria o que é visto como "duplicidade" em relação à multa de 40% do FGTS em caso de demissão.

Uma das inspirações seria o próprio relatório da Moody?s que justificou a melhora da nota. Embora tenha avaliado melhor o Brasil, a agência ponderou que a credibilidade do arcabouço fiscal "é ainda moderada" e que permitiria "estabilizar o encargo da dívida no médio prazo, embora em níveis relativamente altos". _

Depois de se acalmar na segunda-feira, o dólar deu novo salto ontem. Fechou com alta de 1,33%, para R$ 5,657, conforme analistas devido à projeção de queda de preços de commodities que afetam países como o Brasil.

Petróleo desaba depois de promessa de Israel

Depois de disparar e se aproximar dos US$ 80 com a ampliação do conflito no Oriente Médio, ontem o petróleo despencou 4,14%, para US$ 74,25, com uma promessa feita pelo governo de Israel.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se comprometeu a não atacar a infraestrutura de petróleo do Irã. Essa possibilidade estava no radar do segmento e tinha ganhado força com uma gafe do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que a confirmou de forma "distraída". Netanyahu havia afirmado, depois do ataque com mísseis do Irã em território israelense, que a retaliação ao Irã seria "precisa e dolorosa".

Agora, segundo o jornal americano Washington Post, o primeiro-ministro teria avisado o governo dos Estados Unidos que o exército israelense não atacará alvos estratégicos.

Como a relação entre Israel e Estados Unidos não está na sua melhor fase, a credibilidade dessa intenção é relativa, mas o mercado interpretou como compromisso firme. O movimento embute certo alívio, mas também projeta alguma movimentação de preços à frente, porque alguma retaliação israelense deve ocorrer. Caso se confirme, ao menos vai incidir sobre uma cotação mais baixa - claro, se a revisão de preço se mantiver até lá. _

Reforço na energia de duas regiões

Responsável pela distribuição de energia em 72 municípios gaúchos, a CEEE Equatorial vai investir R$ 25,3 milhões para ampliar o serviço nas regiões Metropolitana e Carbonífera.

Do total, R$ 21,8 milhões serão destinados à construção da subestação Viamão 4, que segundo a empresa, vai aumentar a capacidade de fornecimento de energia da cidade. Significa que Viamão poderá atender mais consumidores, gerando maior potencial de crescimento. A previsão é terminar a obra até julho de 2025.

Um outro investimento de R$ 3,5 milhões servirá para instalar nova linha de distribuição na Região Carbonífera, beneficiando Charqueadas, Eldorado do Sul, São Jerônimo, Minas do Leão, Butiá, Arroio dos Ratos e Pantano Grande. A obra deve reduzir risco de desabastecimento em casos de emergências, como eventos climáticos. _

pela educação

Unindo forças pela educação, organizações do terceiro setor e líderes do setor produtivo se reunirão em fórum do Lide, amanhã, em Porto Alegre. O foco é aproximar empresas da academia para aplicar desenvolvimento, pesquisa e tecnologia.

entidades, várias do mercado, fizeram manifesto de preocupação com o impacto de queimadas na biodiversidade, na saúde e na economia.

GPS DA ECONOMIA

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