sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Jaime Cimenti

Thriller diabolicamente complexo

O romance Boneco de neve, do consagrado escritor, músico e economista norueguês Jo Nesbo, foi descrito pelo The New York Times como “diabolicamente complexo e terrivelmente prazeroso”, e The Sunday Times o considerou tão arrepiante quanto o lendário O silêncio dos inocentes. Os comentários não são exagerados e fazem jus a um dos autores mais bem-sucedidos e aclamados na Europa atualmente.

Autor de Garganta vermelha, A estrela do diabo e O Redentor, entre outros títulos publicados pela Editora Record, Nesbo tornou-se sucesso instantâneo na Noruega com a estreia do detetive Harry Hole em seu primeiro livro, que conquistou o Prêmio  Glass Key como melhor romance nórdico de 1998. Nesbo já vendeu mais de 20 milhões de exemplares no mundo. Boneco de neve se passa em novembro, quando os primeiros flocos caem sobre a fria Oslo. O pequeno Jonas acorda no meio da noite e percebe que sua mãe não está em casa.

Ele caminha pelos corredores silenciosos, até se deparar com pegadas molhadas na escada. No jardim, nota uma figura solitária: um boneco de neve sob a luz da lua, com os olhos negros voltados para a janela do quarto. Em torno do pescoço branco, um pano cor-de-rosa, a echarpe que o menino deu à sua mãe no Natal. No dia seguinte, a polícia é acionada pelos vizinhos e o inspetor Harry Hole é chamado.

Ele relaciona o caso com uma carta que recebeu do “Boneco de Neve”. As investigações avançam, e Harry e sua equipe se veem diante de vários casos similares e com detalhes alarmantes não solucionados na última década.

As vítimas eram sempre mulheres casadas, com filhos, e os sumiços ocorreram sempre na primeira neve do ano. Logo depois, Harry se dá conta de que o serial killer está em seu próprio terreno e que ele cria suas próprias regras, capaz de quebrar o padrão apenas para manter o jogo interessante, enquanto atrai o inspetor para uma trama complexa e mortal.

Os limites da sanidade do policial serão duramente testados. As  frases e parágrafos da narrativa são rápidos, o ritmo é adequadamente alucinante, os capítulos são curtos, e a trama altamente envolvente e tudo mais estão na obra, que traz os fundamentos do romance policial renovados e, ainda, personagens, cores e cenários nórdicos. Record, 418 páginas, tradução de Grete Skevik,


mdireto@record.com.br.

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