Ainda estamos aqui
Temos que elogiar o Exército. Ainda estamos aqui, na democracia, devido a sua postura imparcial e autônoma. Só houve a manutenção do Estado democrático de direito porque o nosso Exército não embarcou na aventura do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Se o Exército não tivesse mostrado resistência, a história teria sido outra. Não houve tanques nas ruas, não houve esquadrilha no céu, não houve navios nos portos. Os canhões não miraram os direitos humanos.
De acordo com investigação da Polícia Federal, o ex-presidente "planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva" do plano de golpe de Estado em várias frentes.
Não há como banalizar a manifestação de 8 de janeiro e a invasão dos três poderes, ou mesmo a arquitetura secreta e insidiosa de impedir a diplomação de Lula. Não se tratou de meras especulações ou quimeras dos bastidores.
Como disse o próprio Bolsonaro: "Não existe golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais".
De todas as informações assustadoras a respeito do complô que estão vindo à tona, a única boa notícia é a remissão do Exército, que parece ter aprendido com os seus erros do passado e não reeditou a ditadura militar.
- Garantir a ordem, a lei e os poderes constitucionais no interior do país. Talvez tenha sido o primeiro movimento real de anistia partindo de dentro dos quartéis em direção à sociedade, e não da sociedade para os quartéis.
Mas sei que ele mudou de perspectiva. As feridas abertas com a farda verde-oliva começam a cicatrizar.
Embora tenham apenas respeitado as suas obrigações, merecem medalhas de Honra ao Mérito. Já conhecemos os dois mais importantes bastiões contra a ruptura institucional: Carlos de Almeida Baptista Jr., da Aeronáutica, e Marco Antônio Freire Gomes, do Exército. Festejemos suas façanhas. _
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