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HIPOTECA REVERSA, A OPÇÃO DO PLANALTO
A ideia da hipoteca reversa, em estudo na equipe econômica como uma das medidas para tentar acelerar o crescimento da economia, faz parte de reformas microeconômicas para que o mercado possa funcionar melhor, caracteriza Felipe Garcia, gaúcho da Universidade Federal de Pelotas que integra a equipe da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia. Ainda não há definição de como será apresentada a proposta, se por medida provisória ou projeto de lei, e não há data prevista para a regulamentação.
Garcia detalha que é o oposto da hipoteca normal, em que se cria uma dívida a partir de um imóvel que só se transforma em patrimônio no longo prazo. No modelo reverso, o proprietário de uma casa ou apartamento pode começar a receber pagamentos mensais, sem desocupar o imóvel, que só é entregue ao banco no final do contrato, geralmente de longo prazo.
- Há famílias com menos filhos e arranjos domiciliares com só um idoso, sem filhos ou netos. Assim, podem gastar a poupança que acumularam - afirma.
É adotado em países como Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Espanha e Coreia do Sul. Em vários desses casos, é aplicado para pessoas idosas, como forma de aumentar a quantidade de recursos disponíveis nessa etapa da vida, quando a renda diminui.
- É uma alternativa ao crédito consignado do INSS, que acaba aumentando a dívida dessa população, porque sua capacidade de gerar renda é menor. Estamos desenhando o marco regulatório livre, quem vai definir faixa são as instituições financeiras, baseadas em cálculo atuarial e gestão de risco.
Embora concorde que os bancos estão neste momento com grande estoque de imóveis, resultado dos elevados índices de inadimplência e dos distratos entre consumidores e incorporadoras, Garcia pondera que o modelo só vai representar aumento de salas, casas ou apartamentos em carteira dentro de 10 ou 15 anos. Além disso, pondera, dentro do marco regulatório, os bancos poderão criar outros produtos, mecanismos, assim como fundos de investimento imobiliário:
- As possibilidades e opções virão naturalmente.
REDE GLOBAL NA CAPITAL
Quem conhece bem o mercado já esperava, mas agora é oficial: a WeWork, espécie de Uber do coworking, estreia até dezembro em Porto Alegre. Lucas Mendes, diretor-geral da empresa no Brasil, detalha que o primeiro espaço WeWork na Capital será no edifício Mr. Shan Business Offices, na esquisa da Avenida Carlos Gomes com a Rua João Caetano.
- Porto Alegre tem demanda reprimida, vamos começar com um prédio, mas logo teremos outros.
Terá capacidade para 700 clientes, de profissionais liberais a multinacionais. Além das áreas compartilhadas divertidas, usuários da WeWork podem usar a conexão e a rede física global em 27 países, de Estados Unidos a Argentina, passando por Índia e China.
Por meio de aplicativo, o cliente - chamado de "membro" na rede - reserva espaço temporário em qualquer unidade no mundo. No Brasil, detalha Lucas, a WeWork não atua em franquia, tem conexão direta com a central americana. Com os proprietários de imóveis nos quais se instala, usa compartilhamento dos aluguéis que cobra. A confirmação da chegada da WeWork a Porto Alegre coincide com a notícia dos primeiros passos da oferta inicial de ações nos Estados Unidos. Nas especulações de mercado, a avaliação da terceira maior startup dos Estados Unidos varia entre US$ 20 bilhões e US$ 40 bilhões. Lucas diz que não comenta, mas faz questão de lembrar que "faz parte da mesma coisa".
O MAU HUMOR DO MERCADO ONTEM (DÓLAR SUBIU PARA R$ 3,96 E BOLSA RECUOU 0,86%) TEVE ORIGEM NOS EUA. O FEDERAL RESERVE ESFRIOU OS ÂNIMOS SOBRE UM POSSÍVEL CORTE NO JURO AMERICANO. MAS TAMBÉM TEVE VENTO GELADO DE INATIVIDADE PARLAMENTAR LOGO, DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA.
A economia de Caxias do Sul registrou crescimento de 4,6% no primeiro trimestre, conforme a Câmara de Indústria de Comércio e a CDL locais. Em março, o avanço foi de 3,1% ante fevereiro.
MARTA SFREDO
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