sexta-feira, 1 de março de 2019



Edição impressa de 01/03/2019. Alterada em 01/03 às 01h00min 

Entre o amor e a liberdade 

Nas montanhas do Marrocos (Novo Conceito, 564 páginas) é um alentado romance que marca a estreia literária de Luisa Bérard, autora nascida em Maceió em 1975, formada em Direito e advogada, que vive atualmente em Recife. 

Em síntese, a caudalosa narrativa parte dos cenários da Inglaterra vitoriana e vai até as míticas areias do Saara, com as paisagens fascinantes do Marrocos. A história se inicia nos idos de 1847, na Inglaterra, com a bela e impetuosa Katherine Harrington, a filha mais nova do conde de Northwick. 

As relações familiares e a suntuosidade da época são o pano de fundo e o estilo de vida da aristocracia e os obstáculos impostos às mulheres estão bem descritos. Naqueles tempos, as moças deveriam aspirar apenas a um casamento promissor e seguir os caminhos tradicionais. A poderosa duquesa de Melbourne não se amolda aos figurinos sociais e transmite à sobrinha Katherine seus conhecimentos sobre o instigante mundo dos negócios e intensifica seu desejo de liberdade. 

Muita coisa, todavia, vai acontecer. Um revés do destino faz Katherine aportar em Tânger em um contexto completamente inesperado. De uma hora para outra se vê obrigada a viver no Marrocos e conhece sua apaixonante cultura e suas paisagens montanhosas e desérticas. Lá ela vai se deparar com o mais importante, o amor. Em meio a tentativas de retornar à Inglaterra e às belezas das cordilheiras marroquinas, a jovem vai sentindo um envolvimento ardente que a seduz para ficar. 

Com criatividade e originalidade, Luisa Bérard construiu personagens memoráveis, com seus conflitos, paixões, seduções e intrigas. A autora utilizou com habilidade pesquisa histórica criteriosa para tratar dos grandes e eternos dilemas que envolvem o amor e a liberdade. Katherine jamais imaginara que um dia enfrentaria situações e caminhos tão exóticos e imprevistos, e que o futuro ainda lhe reservaria muitas guinadas e vivências. 

Lançamentos 

O pequeno príncipe (Geração Editorial, 156 páginas, tradução de Frei Betto), clássico de Antoine de Saint Exupéry em edição completa, tem nova tradução, caderno com fotos e estudo sobre vida e obra do autor, falecido aos 44 anos. Depois da Bíblia e do Alcorão, é o livro mais traduzido da história, com sua mágica, sensibilidade e foi chamado por Heidegger de a maior obra existencialista do século XX. 

A escola do futuro (Penso, 132 páginas), de Marcos Piangers, autor do best-seller O papai é pop e especialista em tecnologias, criatividade e inovação, e Gustavo Borba, professor, engenheiro e especialista em design, reflete sobre escolas, pais, professores e alunos do futuro e abre interessante diálogo com sociedade em geral, sobre formas e conteúdos. 

O museu das coisas intangíveis (Novo Conceito, 256 páginas), romance da norte-americana Wendy Wunder, autora de A menina que não acreditava em milagres (Novo Conceito), fala de Zoe, complexa, bipolar, leal, inteligente e divertida, que sai com a amiga Hannah de carro pelo país. Hannah nota a piora da doença de Zoe e mostra como é uma verdadeira amizade. - 

Jornal do Comércio (https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/livros/2019/02/672073-entre-o-amor-e-a-liberdade.html)

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