16 DE MARÇO DE 2019
INFORME ESPECIAL
DA SÉRIE ACORDEI CARPINEJAR E COMETI UMA POESIA.
OUTONO
O verde do cacho tem pressa
A fruta já chora o adeus do calor
Do tempo, pende uma prece
Que Inventa
Tons de amarelo
Na casa vazia os degraus descendem ao pátio invadido de adeus
Minhocas e musgos e insetos e restos do almoço.
Pela calçada Invisível passeiam vizinhos de tênues lembranças
É verão e os galhos ainda cobertos de verde
Apontam os dedos em pencas de tortos enfeites.
A brisa é prenúncio do frio que ao sul se espreguiça.
A brisa é alívio em correntes
A brisa é prisão de vento
O cacho, em vão, espera.
É domingo
Sal sobre a carne, a cara de sono
É o fogo indefeso
É o que fica inventando
A ponte
Que aponta, finalmente,
O fim de março
A luz avisa, impõe à pupila
A urgência do cacho
Tanta pressa
Tanta pressa
O cacho
Cochicha
Eu acho
Ao céu
"Só queria que o
tempo
Me desse
tempo
De ser doce".
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