15 DE MARÇO DE 2019
+ ECONOMIA
VENDA DA BRASKEM ESTÁ NA RETA FINAL
Depois que a expectativa de anúncio da venda da Braskem para a LyondellBasell foi frustrada, no final do ano passado, agora a conclusão do negócioé prevista para qualquer momento. Ontem, a indústria petroquímica brasileira anunciou o balançode 2018, com lucro deR$ 2,86 bilhões, 30% abaixo do ano anterior. Apesar do resultado menor na última linha, a empresa teve alta de 187% na geração líquida de caixa em relação a 2017, para R$ 7 bilhões.
Conforme João Luiz Zuneda, diretor da consultoria Maxiquim, especializada no segmento, resultados mais apertados foram característica da indústria petroquímica no ano passado. Lucro menor, portanto, não terá qualquer impacto no negócio. No total, a Braskem teve aumento de 2,4% na demanda de resinas plásticas (polietileno e PVC, entre outras). A empresa tem produção também nos Estados Unidos, no México e na Europa. No Brasil, as vendas caíram 2% ante o ano anterior.
Ao anunciar os resultados do segundo trimestre do ano passado, o CEO da empresa, Fernando Musa, havia creditado boa parte da piora no desempenho no período à greve dos caminhoneiros, que reduziu a utilização da capacidade das plantas no Brasil em até 50% durante a mobilização. Esse efeito se refletiu no balanço anual.
A expectativa do mercado é de que a venda da Braskem seja detalhada nas próximas semanas e inclua a participação da Petrobras. O negócio começou com uma negociação entre a Odebrecht, controladora da petroquímica, com 51% das ações ordinárias, e a LyondellBasell. A Petrobras, considerada uma "minoritária relevante" - não tem a palavra final, mas uma fatia graúda -, é dona de 47% da empresa.
Como a estatal brasileira está em plena fase de desinvestimento, ou seja, vendendo negócios não estratégicos, deve acompanhar a oferta e se desfazer da presença em petroquímica. Houve sinais de resistência interna na Petrobras, mas parecem ter sido vencidos. Como não envolve privatização, não enfrenta as restrições que sofrem outros negócios da estatal, como as refinarias e até a distribuidora BR.
Neste mês, em que ocorrem vários eventos internacionais do setor de petróleo e petroquímico, o CEO da LyondellBasell, Bob Patel, foi visto com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
REALINHAR PONTEIROS
Ao revisar para baixo as projeções de crescimento em 2019, economistas justificaram com o desempenho anêmico (+0,1%) do quarto trimestre e pouco entusiasmo nos primeiros sinais de 2019. Nesta semana em que são divulgados os três pilares da produção - o comportamento da indústria, do comércio e de serviços -, o quadro é de indicadores mistos.
O que segue em franca alta são os índices de confiança. Apesar do início de governo um tanto tumultuado, ainda é elevada a expectativa de reformas que resultem em retomada de vendas e, portanto, de empregos. Houve só uma leve "piscada" no termômetro do setor de serviços - cujo resultado financeiro do primeiro mês do ano será anunciado hoje.
Embora seja cedo para definir o ritmo do ano, o painel de indicadores é muito semelhante ao do início de 2017 e 2018: tem dados positivos, sinais de alerta e pontos vermelhos. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, avalia que o país mergulhou, em janeiro, em "recessão industrial": recuo de 0,8%, o terceiro mês consecutivo sem recuperação.
O comércio varejista começou 2019 em leve alta de 0,4%, descontada a diferença entre o volume de final de ano e o do primeiro mês seguinte. Consideradas as vendas de veículos e materiais de construção, o resultado foi ainda maior, de alta de 1% ante dezembro. Reduzir ruídos e focar no cumprimento das expectativas será essencial para alinhar os ponteiros.
DEPOIS DE IR DORMIR SONHANDO COM A MARCA INÉDITA DE 100 MIL PONTOS HOJE NA BOLSA DE VALORES, O POVO DO MERCADO FINANCEIRO PUXOU O FREIO. O IBOVESPA RECUOU 0,3% E FICOU MAIS DISTANTE DA META. MAS COMO AGORA CHEGAR AO NÚMERO SIMBÓLICO É QUESTÃO DE DIAS, PROJETA-SE ATÉ 120 MIL COM APROVAÇÃO DA REFORMA.
Sinal de recuperação na cidade, Caxias do Sul tem 425 vagas abertas na Agência FGTAS/Sine, a maior quantidade está no interior do RS.
MARTA SFREDO
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