terça-feira, 12 de maio de 2020



12 DE MAIO DE 2020

INFORME ESPECIAL

A palavra que sumiu do discurso de Jair Bolsonaro

Era a salvação milagrosa para os infectados pelo coronavírus. Tanto, que Jair Bolsonaro comemorou quando o governo conseguiu trazer da Índia 530 quilos de insumos para a sua fabricação. "Está dando certo em todo e qualquer lugar", declarou o presidente, em março, sempre em tom seguro e desafiador. A cloroquina, não por coincidência, havia sido citada por Donald Trump como a luz no fim do túnel. Houve correria às farmácias e, por aqui, o Ministério da Saúde confiscou o produto para tentar distribuí-lo de uma forma organizada aos hospitais.

Desde o começo, alheios à euforia dos dois líderes políticos, os especialistas em saúde recomendavam cautela. Entre eles, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Até então, não havia sido apresentado qualquer estudo sério indicando o seu uso e não faltavam alertas sobre falta de evidências e sobre o excesso de risco relacionado a efeitos colaterais.

Foi só no dia 17 de abril que Bolsonaro suavizou o discurso. A cloroquina não era mais a solução mágica, mas sim algo que talvez funcionasse. Depois disso, parou de falar no assunto. Mas a ciência, não. No final de abril, um estudo feito com 600 pacientes em Nova York mostrou, de acordo com o governador Andrew Cuomo, que o efeito do remédio em pacientes graves de covid-19 se mostrou "nem positivo, nem negativo".

Quanto ao estoque importando da Índia e celebrado como uma vitória diplomática do governo, se o prazo de validade permitir, poderá ser usado em pacientes com doenças como lúpus e malária, nas quais a sua eficiência, aí sim, é comprovada cientificamente.

R$ 30,7 milhões

é o valor em acordos que os Centros de Conciliação da Justiça do Trabalho no RS registraram no mês de abril. Os acertos ocorreram em audiências por videoconferência ou através de petições encaminhadas pelos advogados e aprovadas pelo juízo. Na Capital, 94% das negociações no Cejusc do 1º grau foram bem sucedidas: das 61 audiências feitas por videoconferência, 57 resultaram em acordo.

TULIO MILMAN

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