segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Dia do Vizinho 

O Dia do Vizinho é comemora anualmente em 23 de dezembro no Brasil. A data homenageia a preciosa relação de "amor e ódio" entre os "companheiros de porta"; os companheiros que compartilham a mesma rua ou o mesmo prédio.

Nas grandes metrópoles o sentido "clássico" de vinhança foi perdido, devido ao medo e a insegurança que ronda nas cidades grandes. Muitas famílias ou indivíduos, quando se mudam, passam vários meses ou anos até conhecer e começar a manter algum tipo de relação com o seu vizinho.

Porém, nas cidades pequenas ou bairros do subúrbio, por exemplo, as relações com a vizinhança são normalmente mais comuns. Os vizinhos acabam fazendo parte do dia-a-dia do indivíduo.

Mensagem para o Dia do Vizinho

"Uma boa convivência social pode começar com uma simples gentileza. Cumprimente, dialogue, cultive a amizade e o respeito com seu vizinho. Ele pode ser mais do que alguém que simplesmente mora ao seu lado!"

"Vizinhos bons são aqueles que nos dão bom dia! Feliz dia do vizinho, meu amigo!"

Origem do Dia do Vizinho

Existem algumas divergências sobre a data correta para comemorar o Dia do Vizinho no Brasil.  A maioria dos estados brasileiros celebra o 23 de dezembro, no entanto, não existe uma justificativa concreta para a escolha desta data.

Em outros lugares do país, os vizinhos comemoram o seu dia em 20 de agosto, em homenagem à figura da poetisa Cora Coralina. Cora Coralina era natural de Goiás e o tema central de suas poesias eram os seus vizinhos. Por causa de seu amor pela vizinhança, o dia 20 de agosto (data de seu nascimento), se transformou em Dia do Vizinho em Goiás.

Versão Blackhawk eleva esportividade e elegância de Commander e Compass

Com cabine que acomoda até sete pessoas, Commander é opção para famílias grandes

STELLANTIS/DIVULGAÇÃO/JC

Vinicius Ferlauto

Automotor teve a oportunidade de testar, em sequência, as versões Blackhawk dos Jeep Commander e Compass. Os modelos se notabilizam pelos acabamentos escuros e elementos exclusivos de design, que conferem um estilo mais requintado e esportivo, tanto ao exterior quanto ao interior.

Os SUVs compartilham a motorização: o moderno e eficiente Hurricane 2.0 turbo a gasolina de quatro cilindros, que fornece 272 cv de potência máxima e até 400 Nm de torque. O trem de força é complementado pelo câmbio automático de nove marchas e pela tração integral nas quatro rodas.

O conjunto mecânico bem calibrado garante ótimo desempenho, seja no asfalto ou fora dele. Pequenos ajustes na suspensão (que ficou mais firme) e nos freios também tornam a dirigibilidade de Commander e Compass Blackhawk um pouco mais dinâmica na comparação com seus “irmãos”, proporcionando mais estabilidade nas curvas em função da menor rolagem lateral das carrocerias.

O Commander tem o diferencial da cabine para sete pessoas. Em ambos os veículos, o habitáculo oferece conforto para os ocupantes, graças à excelente qualidade dos revestimentos, agradáveis ao tato, e à montagem precisa das peças, resultando em um ambiente interno aconchegante tanto no Compass quanto no Commander Blackhawk.

Os equipamentos de segurança ativa e auxílio à condução também são destaque nos dois automóveis. O pacote ADAS agora inclui assistente ativo de direção, o que significa uma interferência mais assertiva para prevenir situações de risco.

Com tudo isso, os Jeep Commander e Compass Blackhawk fazem valer sua condição de modelos top de linha de suas respectivas famílias, entregando bastante valor aos consumidores que decidirem adquirir qualquer um deles.

O Compass é um produto consolidado entre os clientes e carro-chefe da marca no Brasil 

O advogado Leonardo Lamachia, reeleito para presidir a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul (OAB/RS), com 76,9% dos votos válidos, inicia o próximo mandato a partir de 1º de janeiro, com duração de um triênio (2025-2027). 

Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Lamachia detalha futuros planos da OAB/RS relacionados ao uso de Inteligência Artificial (IA) na área da advocacia, tanto em termos

de regulação da ferramenta quanto dos limites da tecnologia, assim como o uso dela para combater a morosidade de processos, por exemplo, com a criação do Observatório da Prestação Jurisdicional. 

O advogado relata as dificuldades do setor e descreve uma atual crise do segmento com excesso de contingente no mercado de trabalho e empobrecimento da profissão. Lamachia comenta também sobre a perda do espaço das prerrogativas da classe, como a supressão da sustentação oral nos tribunais. 

Além disso, o presidente da OAB do Rio Grande do Sul também faz críticas às decisões monocráticas dos tribunais que, segundo ele, são por vezes tomadas por relator fora do rol de possibilidades, violando decisões e desrespeitando o devido processo legal. No mesmo sentido, cita decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) dentro do âmbito do inquérito das Fake News, apelidado de inquérito do Fim do Mundo.

Jornal do Comércio - Quais serão as medidas executadas para combater a morosidade no Poder Judiciário?

Leonardo Lamachia - Continuaremos lutando por elevação de entrância, para melhorar a prestação jurisdicional, e pela nomeação de mais juízes, porque ainda temos um déficit de magistrados no Estado. Não são todas as comarcas e varas que têm juiz titular. Isso é uma outra causa da morosidade. E vamos criar o Observatório da Prestação Jurisdicional, com o uso de Inteligência Artificial e obtendo dados do poder judiciário. Nós queremos poder ter indicadores objetivos que digam qual é a vara que mais demora, qual é a comarca com mais problemas e um número maior de processos. Então tentaremos entender as causas da morosidade, porque às vezes há uma vara com um número muito expressivo de processos, mas ela é mais ágil porque ali há dois ou três juízes. 

Em contrapartida, pode haver outra com um número menor de processos e com uma complexidade maior, e há menos magistrados e servidores, resultando em mais demora. A ideia do observatório, portanto, é trabalhar com indicadores. Utilizar mecanismos tecnológicos que nos ajudem a identificar os principais problemas de morosidade e, junto ao Poder Judiciário e ao tribunal, seja ele de Justiça, do Trabalho ou o Regional Federal, atuar objetivamente em cima das causas. Tivemos também aqui, no processo da pandemia, uma demora exagerada para a reabertura dos fóruns, e a nossa realidade no Rio Grande era diferente dos outros estados, porque aqui os processos eram físicos, nos outros Estados já estavam digitalizados. Foram quase dois anos para esses 2,5 milhões de processos começarem a tramitar e andar. Isso impôs uma crise para a advocacia gaúcha.

JC - Acerca da Inteligência Artificial no Direito. Pode-se esperar, daqui a alguns anos, por parte da OAB/RS, algum tipo de regulação sobre o uso?

Lamachia - Criamos o primeiro grupo de trabalho para debater o uso ético da Inteligência Artificial, porque diferentemente da Europa, não há, ainda, uma lei regulamentando o uso dela. Há um projeto de lei tramitando no Congresso Nacional. Fizemos uma reunião junto ao presidente do Tribunal de Justiça, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e do TRF (Tribunal Regional Federal), além do procurador-geral de Justiça, o defensor público-geral e a OAB. Todos integrantes do sistema de Justiça estavam aqui. A ideia é ter um protocolo de uso ético, enquanto não há uma legislação regulamentando a matéria. Tanto para advogadas e advogados, quanto para magistrados, membros do Ministério Público e defensores.

JC - E já há previsão de quais diretrizes vão estar nesses protocolos?

Lamachia - Uma das diretrizes é que nós queremos que conste em qualquer decisão judicial e qualquer documento público que tenha usado Inteligência Artificial, de forma expressa neste documento, o uso da ferramenta. Mais ou menos como é feito hoje nas embalagens de produtos que dizem "contém glúten". Um outro parâmetro, objetivo ou diretriz para este documento é que as decisões judiciais não podem ser produzidas por Inteligência Artificial. O nosso entendimento é que é uma ferramenta importante que pode contribuir para dar celeridade para os processos, e que pode ajudar a todos os operadores do Direito, mas que não pode substituir o ato humano. E o ato de julgar é um ato eminentemente humanista.

JC - O senhor havia comentado sobre a questão da elevação de entrâncias. Pode detalhar?

Lamachia - Hoje, no estado do Rio Grande do Sul, há três entrâncias, as iniciais, a intermediárias e a finais. Isso é uma classificação que o Tribunal de Justiça faz em relação àquela comarca. Se a comarca é de entrância inicial, ela tem uma infraestrutura pra funcionar, de acordo com o tamanho do município, com a economia daquele local e com o número de processos. Outras comarcas são classificadas em entrância intermediária, porque já são municípios de um porte maior, vão ter outra infraestrutura no Fórum. Comarcas de entrância final são aquelas nas cidades maiores e contam com outra infraestrutura, em termos de número de servidores e de juízes. 

Então é uma classificação que o tribunal adota para que ele possa amplificar a estrutura naquela localidade. E também tem relação com o critério de promoção dos juízes. Eles conseguem se aposentar na entrância final. Às vezes, em determinadas comarcas que não são a entrância final, o juiz já está lá há muito tempo, já está acostumado com a comunidade e faz um bom trabalho, mas para que ele possa se aposentar, ele deve sair daquele município, porque aquele município não é a entrância final. Então, a elevação de entrâncias, em especial as finais, promove uma estabilização da prestação jurisdicional.

JC - O senhor disse que a advocacia passa por um momento de dificuldade e restrição ao exercício profissional. Que cenário é esse?

Lamachia - São duas coisas distintas. Não há nenhuma dúvida de que nós estamos vivendo uma crise na advocacia. Há 1,9 mil cursos de Direito e quase 1,5 milhão de advogados. Evidentemente que houve um empobrecimento da profissão ao longo dos anos, em razão do número excessivo de cursos, de muita gente no mercado, com exame de ordem mesmo com má formação. Muitos desses cursos são ruins, e alguns deles são de baixíssima qualidade, e ainda assim o sujeito consegue passar no exame da ordem. Evidentemente que o empobrecimento da advocacia não é culpa da OAB. É uma série de fatores. Quanto às restrições ao exercício profissional e dificuldades de outras naturezas temos, por exemplo, o caso da sustentação oral. O STF começou tendência de restringir o direito de sustentação oral e criou uma ferramenta chamada plenário virtual. 

Quando vou ao tribunal e peço para usar da palavra, é em nome do constituinte, que me outorgou uma procuração. O plenário virtual impõe a gravação de um vídeo, em vez de fazer a defesa oral e a sustentação oral, presencial ou tele presencial. Nós somos a favor dos dois modelos. Porém, em formato tele presencial, farei a sustentação oral e verei o debate entre os procuradores. Se houver algum equívoco na condução do julgamento, eu tenho a oportunidade de produzir algum esclarecimento. O vídeo gravado não me produz isso. O plenário virtual é uma ferramenta importante para ajudar a desafogar o Poder Judiciário, desde que seja opção da parte e do seu advogado. Os julgamentos se pautam pelo princípio da publicidade e da transparência. Isso está na Constituição Federal. 

O relator deve obrigatoriamente deferir. E o que o Supremo está fazendo, e o Conselho Nacional de Justiça também fez, é tomar uma decisão que classifico como desastrosa, e a Ordem repercutiu, de que o CNJ diz que a decisão de manter ou retirar do plenário virtual é do relator. Nós não aceitamos. É um exemplo claro de restrição ao exercício profissional. Outro ponto é que alguns tribunais estão abusando de decisões monocráticas, também numa esteira de mau exemplo do Supremo Tribunal Federal. Decisão monocrática é a decisão do relator. A lei processual te dá um rol de possibilidade para decidir monocraticamente. Nós estamos acompanhando decisões monocráticas fora deste rol. Isso é uma violação ao devido processo legal.

JC - Conseguiria dar algum exemplo de decisões fora desse rol?

Lamachia - Da 7ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça, que uma câmara de Direito de Família, uma área na qual há farta matéria fática e o debate é muito em torno dessa área, que não é matéria de Direito. Diz respeito a se algum abuso acontece ou não, se a mãe tem condições ou não de dar atenção e educação. São questões que desafiam análise de fato, de prova testemunhal, prova documental e não uma discussão meramente de Direito, ou se algum artigo é constitucional ou não. Na nossa avaliação é um abuso o uso da decisão monocrática, porque ali é a oportunidade que o advogado tem de fazer uma sustentação oral e oportunizar aos três julgadores que decidam aquilo, porque são questões sensíveis. E nós temos acompanhado e temos atuado junto ao tribunal, pedido providências em relação à 7ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça. Ela abusa de decisões monocráticas.

JC - O senhor chegou a dizer ao JC, em entrevista anterior, que a entidade deve se posicionar sobre temas de impacto social, desde que envolvam questões jurídicas. E recentemente houve o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais de 30 pessoas, entre políticos eleitos e oficiais de alto escalão das Forças Armadas. Como a OAB se posiciona nesse caso?

Lamachia - Deve se posicionar de forma isenta, apartidária, longe das paixões ideológicas, tendo como norte a Constituição Federal. Esse é o primeiro requisito de posicionamento de uma instituição como a OAB. Ultrapassada essa preliminar, e entrando no mérito do tema, digo com muita tranquilidade e com muito orgulho, que, desde 2022, tenho feito uma defesa integral da democracia. Dizer não a qualquer espécie de golpe, de tentativa de implantação de ditadura, de rompimento da Constituição, é dizer que se houve esse tipo de tentativa e isso caracterizou a prática de um crime, as pessoas que fizeram devem ser punidas na forma da lei, depois de uma investigação, do devido processo legal e da ampla defesa. Mas, se fizeram isso, devem ser punidas. 

Ainda, ao mesmo tempo que condenamos com muita clareza e veemência, também denunciamos com veemência os excessos praticados pelo Supremo Tribunal Federal em algumas decisões, não generalizando, que violam o devido processo legal. Um exemplo é o Inquérito do Fim do Mundo (anteriormente batizado como Inquérito das Fake News). Um inquérito que não termina e que o relator e presidente do inquérito (Alexandre de Moraes) é vítima, juiz e, em algumas decisões, não observou a denúncia do Ministério Público e, portanto, também fez às vezes de acusador. Isso é uma violação ao devido processo legal gravíssima. E quando a Suprema Corte realiza essa violação também atenta contra o Estado Democrático de Direito e contra a democracia. Porque a Suprema Corte é o farol do Poder Judiciário brasileiro.

Perfil

Leonardo Lamachia (Porto Alegre, 1975) é advogado formado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) em 1999, sócio da Lamachia Advogados Associados e presidente da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasl (OAB-RS) na gestão 2022/2024, agora reeleito para mais um mandato à frente da instituição. Tem especialização em Direito Empresarial com ênfase em Direito Constitucional e Empresarial. Possui atuação em sustentações orais nos tribunais do RS, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. Foi vice-presidente do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul (Iargs) nas gestões entre 2013 e 2021. É Presidente do Fórum dos Conselhos Regionais e Ordens das Profissões Regulamentadas do RS. É Catedrático de Direito Societário do Centro Miguel Reale - ABF desde 2015, além de Irmão Mesário Efetivo da Mesa Administrativa da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.


Eficiência energética e economia circular: soluções para caminhos mais sustentáveis

Natalia Fochi
Em um cenário onde os recursos naturais são limitados e as mudanças climáticas avançam, é fundamental adotar abordagens complementares para mitigar os impactos ambientais e construir um futuro mais resiliente. Nesse contexto, a eficiência energética e a economia circular se destacam como estratégias importantes para potencializar o caminho rumo a uma economia sustentável.
O conceito de eficiência energética diz respeito à menor demanda de energia para realização de uma tarefa desejada ou para obter o mesmo resultado. Em termos práticos, isso pode ser alcançado por meio de tecnologias avançadas, mudanças de comportamento e processos otimizados. Desde lâmpadas LED até aparelhos eletroeletrônicos e eletrodomésticos com selo de eficiência, a ideia central é reduzir o consumo de energia sem comprometer o desempenho.
Além de promover a redução de custos operacionais, a eficiência energética atua na diminuição das emissões de gases de efeito estufa, sendo uma aliada no combate às mudanças climáticas. Seja nas indústrias, nos edifícios ou até mesmo em ambientes domésticos, as práticas de eficiência energética não só geram economia, mas também reduzem a dependência de fontes de energia não renováveis. Por exemplo, de acordo com o Programa de Investimentos Transformadores de Eficiência Energética na Indústria (PotencializEE), investimentos em iniciativas de eficiência energética podem resultar em uma redução de até 65% na conta de luz das indústrias.
Já a economia circular, por sua vez, propõe um modelo econômico regenerativo. Em vez do tradicional ciclo “extrair, usar e descartar”, ela defende a reutilização contínua de materiais e produtos, minimizando a geração de resíduos. Além disso, a economia circular também busca repensar o design de produtos para facilitar sua desmontagem e reciclagem, e, assim, implementar sistemas de logística reversa e aproveitar resíduos como matéria-prima para novos ciclos de produção. Ao prolongar a vida útil dos materiais e reduzir a necessidade de extração de novos recursos, a economia circular promove um ciclo mais eficiente e sustentável.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que, ao manter os materiais por mais tempo na economia por meio de práticas como reutilização, reaproveitamento ou reciclagem, seria possível diminuir em 33% as emissões de dióxido de carbono incorporadas aos produtos.
Embora distintos em abordagem, eficiência energética e economia circular se complementam. Ambas compartilham o objetivo de maximizar o uso de recursos, reduzindo desperdícios e impactos ambientais. A eficiência energética minimiza o desperdício de energia, enquanto a economia circular elimina o desperdício de materiais. Juntas, elas garantem que os recursos sejam utilizados de forma mais inteligente ao longo de todo o ciclo de vida. Produtos projetados dentro de uma lógica circular também podem ser energeticamente eficientes, contribuindo para uma vida útil com menor pegada ambiental. Integrar essas abordagens favorece a redução das emissões de carbono e a pressão sobre ecossistemas naturais. Desde a produção até o descarte, cada etapa se torna mais sustentável.
Eficiência energética e economia circular são mais que conceitos isolados, em conjunto, elas formam uma base para a transição rumo a uma economia sustentável. Ao integrar essas estratégias, é possível criar um sistema que não apenas respeite o planeta, mas que também ofereça benefícios econômicos e sociais. Seja como indivíduos, empresas ou governos, todos podemos contribuir para a construção de um modelo econômico mais eficiente e circular. 
Após 223 dias da interdição da antiga estrutura, em 12 de maio, que colapsou com a força das águas do Rio Caí, a nova ponte na divisa dos municípios de Caxias do Sul e Nova Petrópolis, na BR-116, foi liberada para o fluxo de veículos e pedestres. A solenidade foi realizada neste sábado (21), entre 11h e 14h, com as presenças dos ministros Renan Filho, dos Transportes, e da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, do governador Eduardo Leite, os prefeitos de Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Feliz e Bento Gonçalves, de deputados federais e estaduais, e representantes das comunidades de Vila Cristina e São José, onde a ponte está localizada.

A antiga ponte foi inaugurada em 9 de novembro de 1941, constituindo-se na principal rota de ligação entre Caxias do Sul e municípios da Região das Hortênsias. Na enchente de maio, a estrutura colapsou e precisou ser implodida, em 27 de junho, dando início a uma nova ponte. Com investimento de R$ 31 milhões, a obra foi coordenada pelo DNIT e realizada pela Construtora Cidade. Em razão da dimensão das enchentes de maio, a ponte é cerca de um metro mais alta, tem 180 metros de extensão e 13 de largura, medidas superiores às anteriores.

Representada por Ilse e Juceli, mãe e folha, a família Boschetti, que reside às margens do rio, foi homenageada. A propriedade serviu, ao longo deste período, como parque para colocação de máquinas e movimentação dos trabalhadores. Foi para Juceli que o ministro Renan Filho prometeu a entrega da ponte ainda em 2024. “Ela me olhou com ar de dúvida, como dizendo não acreditar”, recordou quando assinou a ordem de início das obras em 4 de junho.

O secretário Paulo Pimenta aproveitou a entrega para responder aos críticos que não acreditavam na entrega das obras pelo governo. “Ouvi muitas bobagens e mentiras. Previam o retorno do Aeroporto Salgado Filho para março do ano que vem, entregamos em outubro. Falaram que o Trensurb não voltaria mais. Na terça, 24, vamos entregar 100% da operação”, afirmou.

Também confirmou para a próxima semana a assinatura de acordo, pelo ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, de liberação de R$ 6,5 bilhões para a constituição do fundo de construção do sistema de proteção dos diques de contenção da Região Metropolitana de Porto Alegre. “Desde o primeiro dia da catástrofe, o governo federal ajudou na reconstrução, resultando em mais de 80 mil vidas salvas e mais de R$ 100 bilhões investidos”, frisou.

Ele rebateu a cobrança de que, até o momento, somente 58% do montante anunciado foi liberado. Segundo ele, é uma situação normal, similar ao que cada pessoa faz quando reforma ou constrói seu imóvel. “Ninguém paga 100% no início de uma obra, são pagamentos por etapas cumpridas. Temos mais de 1,2 mil planos de trabalho aprovados na Defesa Civil para pontes, casas, escolas e unidades de saúde, dentre outras. A União entrará com os recursos e o Estado e as prefeituras farão as obras”, acrescentou. Ainda citou que 45 mil empresas gaúchas obtiveram recursos com crédito barato e com 40% do valor financiado bancado pela União.
A entrega da ponte sobre o Rio Caí contou com presença de autoridades | Lucas Leffa/Secom-PR/Divulgação/JC
A entrega da ponte sobre o Rio Caí contou com presença de autoridadesLucas Leffa/Secom-PR/Divulgação/JC

O ministro Renan Filho assegurou que a ponte é primeira grande obra entregue como parte do processo da reconstrução. Anunciou para 2025 a aplicação de R$ 3 bilhões em obras de infraestrutura e transportes no Estado, considerando os recursos ordinários mais os destinados à reconstrução. “Este valor é seis vezes maior que o aplicado, de R$ 500 milhões, pelo governo federal anterior em seu último ano de governo”, ressaltou. Afirmou que, em 2023, a atual gestão destinou R$ 1,2 bilhão e, neste ano, será mais R$ 1,5 bilhão para obras no estado. Informou a liberação, por parte do Ministério da Fazenda, de mais R$ 1,2 bilhão para que a área de transportes pague todos os contratos vigentes e conclua obras em andamento.

Na mesma linha de Paulo Pimenta, criticou aqueles que estão mais interessados na divisão do que na soma de esforços para resolver os problemas. “Esta obra simboliza a integração. União, Estado, prefeituras e comunidades trabalharam em harmonia. Acredito ter sido a construção de ponte mais rápida feita pelo DNIT no estado”, destacou. Projetou entregar, em 2025, todas as obras ainda pendentes para reconstrução do estado, citando como prioridades as rodovias 116, na Serra e na Região Sul, 474 e 290. Também estimou para o primeiro trimestre do ano a entrega das obras de recuperação da BR-116, na altura do Km 180, iniciadas ainda em 2021, quando houve o desmoronamento em função de enchentes.

O governador Eduardo Leite reforçou a importância da cooperação entre os entes federativos para a reconstrução de infraestruturas vitais ao Estado e saudou a entrega da nova ponte. "É uma entrega muito importante. Essa região é polo industrial e também turístico. Então, a circulação na região, a partir desta ponte, melhora muito. Sabemos que ainda há dificuldades, como bloqueios parciais, mas é fundamental que a gente possa retomar o trânsito na ponte. Vamos trabalhar junto com o governo federal para que tenhamos, ao longo de 2025, o restabelecimento de cada um dos trechos que foram afetados pelas enchentes de maio”, assinalou.

Também destacou o anúncio de Paulo Pimenta para a constituição do fundo para obras de contenção de cheias. Segundo ele, já há vários projetos concluídos, só aguardando recursos. Citou, como exemplo, o de Eldorado do Sul, estimado em R$ 530 milhões.

Enquanto as obras da nova ponte estavam em andamento, a comunidade se uniu para construir uma passagem provisória. Denominada de Ponte da Cooperação, a estrutura foi entregue em 20 de setembro, tornando-se solução temporária para minimizar os transtornos causados pela interrupção da BR-116.

Tailor Diniz, consagradíssimo e premiado escritor, jornalista e roteirista, lançou, há poucos dias, seu 23º. livro, o eletrizante romance policial, o thriller Jogos Imperfeitos (Casa de Astérion Contemporânea, 208 páginas). 

O tema não poderia ser mais atual, nacional e internacional: as bets que tanto agitam as pessoas e os esportes pelo mundo. Um jogador profissional em ascensão num importante time brasileiro é assassinado, e daí muita ação rola.

Tailor Diniz é autor, entre outros, do premiado livro de contos Transversais do Tempo (Editora Bertrand), que recebeu o Açorianos de Literatura de 2007, e do romance Novela Interior, que recebeu o Prêmio Jacarandá. 

Tailor teve várias obras adaptadas para o cinema, que foram premiadas em festivais, e seu romance A superfície da sombra foi publicado na Bulgária. Seu romance Os canibais da rua do Arvoredo foi finalista do Prêmio Jabuti 2024 na categoria romance de entretenimento. 

Nesse envolvente policial Jogos Imperfeitos, Tiarles Viga é o jogador profissional em ascensão de um grande time, atleta que passa por dificuldades financeiras imensas, devido ao tratamento do filho, que necessita de medicamentos importados caríssimos, e do pai, que é doente de câncer terminal. Um grupo de aliciadores que manipulam jogos se envolve com Tiarles, que é convencido a cometer um pênalti a partir dos quarenta minutos do segundo tempo, num importante clássico do futebol brasileiro. Ele entra em campo decidido a cometer o delito, mas, pelas circunstâncias do jogo, não cumpre o prometido. E os criminosos não perdoam quem contraria seus interesses. 

Muito embora clara e expressamente ficcional, os leitores vão perceber que a narrativa encontra "coincidências" com o que anda acontecendo pelo mundo real. Imprensa esportiva, publicidade das chamadas Bets, vício e jogatina estão em Jogos Imperfeitos e na vida brasileira e internacional. Tailor Diniz mostra uma vez mais que é um dos grandes nomes da literatura atual e que se tornou mestre no romance policial, ambientando suas histórias em Porto Alegre, interior do Rio Grande e, agora, em cenário federal. 

Lançamentos 

Profissões para mulheres (Maralto Edições, 92 páginas) traz o famoso ensaio de Virginia Woolf traduzido por Adriana Lisboa e ilustrado em cores por Marilda Castanha, em bela edição de capa dura. Virginia pergunta o que é uma mulher, no que deve trabalhar e aponta a necessidade de um quarto e uma mente para elas. 

Nossos mitos (Editora Pallas, 112 páginas, R$ 66,00), do professor e escritor Yaguarê Yamã, enriquecido com ilustrações em cores de Danirampe, apresenta contos de horror de origem indígena e cabocla, ligando as entidades às suas mitologias e etnias, descrevendo habitats e características. 

Comigo na livraria ( L&PM Editores, 216 páginas, R$ 43,00), da consagrada cronista, poeta e escritora Martha Medeiros, traz dezenas de textos que mostram seu amor pelos livros, desde a meninice até a idade madura. Com reflexões divertidas e bem-humoradas, Martha fala de vida, morte, sexo, conflitos geracionais e de sua atividade de escritora.  

Crônica de Natal 

Em 2012 escrevi uma crônica intitulada Os cartões de Natal da Dometila. A Dometila era na vida real a querida e saudosa Loiva Jardim Machado, prima do meu saudoso sogro Anastácio Jardim de Oliveira. Ela nos deixou há poucos dias, em paz, aos cem anos de idade. Poucas semanas antes de falecer, ela ainda tocava piano e cantou na festa de seus 100 anos. Este ano não recebemos os cartões de Natal que Loiva enviava pelo correio, pontuais como a primavera, no início de dezembro. 

Os endereçamentos nos envelopes e as simpáticas mensagens nos lindos cartões eram manuscritos com caligrafia caprichada, letras desenhadas, como convinha a uma professora jubilada. Loiva, viúva aos 53 anos, tinha filhos, netos e bisnetos, mas até os noventa e muitos era independente e morava sozinha. Andava de lotação, caminhava, fazia exercícios, ioga, tocava piano, cantava, dançava, fazia trabalho voluntário e viajava. Parecia não ter tempo para se queixar das pessoas e da vida. 

Num mundo onde a pressa, a impessoalidade, a descortesia e a agressividade nos meios eletrônicos são crescentes, os cartões e os recados delicados de Loiva fazem falta, mas não serão esquecidos. Eles servem de inspiração para a gente sorrir, dar bom dia, pedir licença, oferecer desculpas, chegar na hora e dizer muito obrigado. Outras pessoas no lugar de Loiva desistiriam de mandar cartões, alegando que não têm tempo e que ninguém responde. 

Loiva tinha a determinação das baixinhas, a consciência de sua missão e gostava de fazer a sua parte, se comunicar com os parentes e amigos, sem ficar esperando pelos retornos dos outros. Os cartões de Loiva eram muitíssimo mais que cartões. Eles pareciam um pouco com o recado de um náufrago, colocado na garrafa. Mas só pareciam. Loiva não era náufraga e nem pensava em naufrágios. Ela tocava seu barquinho, em meio às alegrias e mesmo contra os inevitáveis ventos e marés da vida.

Hoje em dia cartas, mensagens, cartões e outras comunicações impressas estão em desuso. Nesses tempos eletrônicos, os cartões e mensagem de Natal são enviados pelos celulares, redes sociais, e muitos são bonitos e inspiradores. O volume de mensagens e a rapidez com que são enviadas e lidas faz parte de nossas relações líquidas, como ensinou o grande pensador Zygmunt Bauman. Não custa desacelerar um pouco, ao menos, especialmente no final de ano, com muitas festas, ruídos, palavras, lembranças de vivos e falecidos, de tempos e memórias que se misturam como as cores de um velho caleidoscópio. 

Os recados que nos deixou Loiva, com seus cartões, suas delicadezas, seus telefonemas amáveis e seu exemplo de vida têm tudo a ver com o melhor espírito de Natal, com as mensagens de Jesus e com a boa vontade entre as pessoas que a gente agora procura reforçar. O melhor das festas de fim de ano, especialmente a passagem do ano novo, é pensar que o último dia do ano não é o último dia do tempo e que, enquanto houver vida e memórias boas, haverá esperança e histórias para contar. 

A propósito 

Depois de tantos séculos de ciências e inovações, depois de tantos Natais e finais de ano, os cientistas, inclusive os de Harvard, descobriram que para se viver mais e melhor é preciso, antes de tudo, cuidar da própria saúde física e mental, ter bom relacionamento com a família, com os amigos e colegas.

É isso. Desejo bons hábitos, alimentação correta, bom sono, exercícios e muito amor para meus trinta e sete leitores. Loiva, onde você estiver, obrigado pelos cartões e por tudo. Fica com Deus!

Feliz Natal!!!!!

Jaime Cimenti

sábado, 21 de dezembro de 2024


20/12/2024 - 08h00min
Martha Medeiros 

Ainda tem alguém aqui fora?

Quem é essa gente que grava vídeos sobre todos os assuntos e que têm todas as respostas legendadas e que, espantosamente, estão a par de tudo o que vivo, sinto e quero? Passo 20 minutos no celular vendo uma bobagem atrás da outra.

Devo estar alucinando. Não é possível. Eu era uma mulher que conseguia manejar o tempo. Tinha planos para o dia, e os cumpria. Ainda cumpro, na verdade, mas já não é a mesma coisa. Agora sou vítima da abdução. De uma atração que não controlo. Meu tempo para leitura, que sempre foi sagrado, encolheu. Focar para escrever um texto do início ao fim, não consigo. Escrevo um parágrafo e paro. Antes de retomá-lo, passo 20 minutos no celular vendo uma bobagem atrás da outra.

Vinte minutos é uma mentira que conto para mim mesma. Que 20 minutos, o quê. Trinta. Quarenta. Quando olho para o relógio do monitor do computador, já não são 14h30min. São 16h55min. Onde é que eu estive nas últimas duas horas?

Eu estive lá dentro. Com os dois olhos aprisionados pelas palavras de um neurocientista que não conheço, de uma psicanalista que não conheço, de uma influencer que não conheço, de um tarólogo que não conheço, todos eles falando diretamente comigo sobre um assunto que me interessa em particular. 

É como se eles fossem irmãos que perdi pelo mundo e que voltaram para me salvar das pororocas que inundam meu cérebro. Eles têm a solução para todos os meus problemas, quase vejo as mãos deles saindo pela tela e me puxando pelo pescoço, efeito Poltergeist. Eles querem que eu entre lá dentro, onde eles vivem. Tentação e medo.

Quem é essa gente que grava vídeos sobre todos os assuntos e que têm todas as respostas legendadas e que, espantosamente, estão a par de tudo o que vivo, sinto e quero? Não há o que fazer, a não ser parar para escutá-los. Ninguém me dá a mesma atenção aqui fora.

O pior é que colaboro para essa overdose. Pedaços de entrevistas minhas circulam também por aí, à toa. Mas digo em minha defesa: evito receitar pílulas mágicas, não digo o que a pessoa deve fazer para fugir de um narcisista, ou para interromper uma relação abusiva, ou para tirar o melhor proveito da solidão. No máximo, compartilho versos e gracinhas, como, por exemplo, o vídeo que mostra como os leoninos reagiriam se fossem sequestrados. Eu. Fui. Sequestrada.

Rosa Púrpura do Cairo capturada por esse povo das redes sociais que parece que não trabalha, só viaja. Eu recebo TODOS os vídeos de turistas que foram para os Lençóis Maranhenses, só porque, um dia, dei like em um deles. Olha, queria mesmo conhecer os Lençóis, mas já enjoei antes de ir, então vou manter em segredo o meu novo roteiro do desejo e o algoritmo vai ter que se virar. É guerra? Já escolhi minhas armas.

Cheguei, finalmente, ao final deste texto. Comecei a escrevê-lo na segunda e terminei três dias depois. Agora, com licença, vou conferir o que está acontecendo lá dentro. Aqui fora está meio desanimado. 


20/12/2024 - 17h11min
Sara Bodowsky

Um agradecimento especial para quem lê, anota, busca dicas e apoia tanta gente legal que aparece nesta coluna

Outros destaques: bairro de Novo Hamburgo conta com turismo guiado, orla do Guaíba recebe celebração natalina e conheça a prática das nove laranjas para as festas de fim de ano. Do jeito que amamos: entre os destinos de 2024 tivemos lugares como os lençóis cidreirenses.

Esta é a nossa última coluna de 2024. Um ano cheio de desafios que termina com uma sensação agridoce de se precisar celebrar o seu final. 

Não tenho o hábito de olhar muito para trás. Sei por onde passei, lembro das pessoas que encontrei, mas sempre me interessou mais o amanhã do que o ontem. E, com a maturidade, passei também a me dedicar mais a voltar a atenção para o hoje. 

Eu quero agradecer a ti, que todos os finais de semana olha com carinho para o “hoje” dessa coluna. Que lê, anota, busca dicas e apoia tanta gente legal, desde pequenos negócios e destinos turísticos até músicos, artistas e artesãos que venho destacando aqui em Donna semanalmente. 

Que tuas festas de final de ano sejam acolhedoras, cheias de paz e muito amor. E que 2025 venha com toda a potência, luz e prosperidade. Um beijo. Nos encontramos novamente no dia 11 de janeiro do ano que vem!  

O bairro mais antigo de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, ganhou um roteiro especial para celebrar o turismo e a história: é o Caminhos de Hamburgo Velho (@caminhosdehamburgovelho). 

O projeto reúne 38 empreendimentos dos setores de gastronomia, hotelaria, cultura e criatividade, todos situados no bairro de Hamburgo Velho. O lugar tem casarões centenários preservados e museus espetaculares, como a Casa Schmitt-Presser e a Fundação Ernesto Frederico Scheffel, essa última com o acervo pessoal do artista, um dos grandes nomes da pintura gaúcha. 

Sou um tanto suspeita para falar de Hamburgo Velho: nasci, estudei e cresci no bairro. Ver ele se renovando, com tantas operações bacanas sendo abertas ou revitalizadas, me deixa muito feliz. 

Lá no meu Instagram (@SaraBodowsky) já tem um vídeo com um pouco desse roteiro. O segundo vai ao ar na noite deste domingo. Confere lá!  

Começou na última quinta e vai até domingo o evento Natal na Orla, no Cais Embarcadero. Depois de meses fechado, o espaço – todo decorado com a temática da época – recebe uma programação intensa de atrações artísticas. 

No sábado, a partir das 14h, tem contação de histórias e espetáculos natalinos. Já às 19h rola o show Tributo a Tim Maia e, às 21h30min, apresenta-se a dupla Claus e Vanessa. 

Quem me acompanha por aqui sabe que curto muito assuntos relacionados com boas energias na nossa casa. Por isso, sigo há pelo menos uma décadas as sugestões de uma grande amiga, a Marilda Romero (segue no Instagram @marildaromero.fengshui), estudiosa e consultora sobre o milenar Feng Shui.

E vou dividir com vocês uma dica que ela sempre traz para as mesas de Natal e que pode ser repetida no Ano-Novo: é a prática das nove laranjas.

Monte uma travessa com nove laranjas (ou múltiplos desse número, se o grupo convidado for maior) sobre a mesa de celebração. A ideia é compartilhar beleza (a forma), alegria (a cor), espiritualidade (o círculo) e abundância dos ciclos (o números nove), junto com as boas experiências vividas no ano que serão celebradas. 

Os convidados podem consumir as laranjas na ceia ou levá-las para casa, como doação e compartilhamento  do anfitrião. 


21 de Dezembro de 2024
ARTIGO

Por que morremos

Livro de biólogo vencedor do Nobel examina pesquisas passadas e de ponta para descobrir as teorias aspiracionais e as limitações práticas da longevidade

A notícia provoca reflexões interessantes sobre a longevidade. Quanto estamos evoluindo? O mundo definitivamente está ficando grisalho. O Fundo Monetário Internacional (FMI)descreve o envelhecimento da população, e não o rápido crescimento populacional, como o "desafio demográfico mais formidável" do planeta. A Organização Mundial da Saúde estima que até 2030 uma em cada seis pessoas terá 60 anos ou mais. 

Já vivemos o dobro do que vivíamos há 150 anos. É provável que a pessoa que chegará aos 120 anos já tenha nascido. Condições sanitárias, definitivamente melhores do que nos séculos passados, possivelmente foram as maiores responsáveis por isso. Houve, também, uma explosão de revelações científicas sobre a biologia do envelhecimento nas últimas décadas. Essencialmente, envelhecemos porque as nossas células acumulam danos ao longo do tempo e perdem gradualmente a capacidade de se repararem e renovarem. 

Cada um de nós é composto por trilhões de células; cada célula contém nosso DNA, que - de alguma forma - coordena nossas necessárias multiplicações celulares. Mas a cópia e replicação de novas células pode introduzir erros de digitação ou mutações; fatores ambientais, como produtos químicos (como tabagismo) e radiação (como exposição solar inadequada), também causam danos celulares cumulativos. 

Essencialmente, envelhecemos porque as nossas células acumulam danos ao longo do tempo e perdem gradualmente a capacidade de se repararem e renovarem. Como no livro de Hemingway O Sol Também se Levanta, em que perguntam a um personagem como foi à falência e ele responde:

- Duas maneiras: gradualmente, depois de repente.

Nosso organismo, envelhecendo, funciona assim. Pequenas falhas vão se acumulando até que a viabilidade biológica se esgota. Milhares de processos sincronizados são necessários para manter essa complexa coreografia celular. Tem todo sentido, portanto, reduzir exposição a esses agressores diários e constantes mas simplificar ações com tratamentos mágicos e sem avaliação prospectiva e bem conduzida, prometendo reduzir o envelhecimento, que alimentam um comércio de esperanças e ilusões. 

Assim, o campo da investigação sobre a longevidade humana compreende uma mistura discordante de cientistas que querem curar doenças e de otimistas que esperam viver para sempre com soluções simplificadas.

No seu novo livro, Why We Die ("Por que morremos"), o biólogo molecular Venki Ramakrishnan, vencedor do Prêmio Nobel, examina pesquisas passadas e de ponta para descobrir as teorias aspiracionais e as limitações práticas da longevidade. 

Ele explora também as implicações sociais da extensão radical da vida: o aumento da desigualdade na saúde, a injustiça intergeracional, a superpopulação, a economia da aposentadoria e um possível declínio na criatividade humana à medida que um mundo envelhecido se torna mais sóbrio. Envelhecer, portanto, não pode ser somente uma meta individual. Como sociedade, temos que endereçar esforços para uma evolução harmoniosa, assim como acontece em cada célula do corpo.

Aumentar a expectativa de vida pode provocar a imaginação e sempre esteve na agenda científica, mas não pode roubar o sentido da nossa existência em fazer com que cada dia conte. E que possamos envelhecer e aprender a valorizar cada prazer como, pelo menos, com bem-estar reconhecer os filhos ao nosso lado. 

A cada 15 dias, artigos sobre saúde (física ou mental), bem-estar e comportamento podem ser publicados neste espaço. Os textos devem ter de 4.000 a 4.400 caracteres. Escreva para ticiano.osorio@ zerohora.com.br