quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Especialistas discutem conjuntura brasileira no Fórum Econômico

Evento foi realizado nesta terça-feira no Instituto Caldeira e contou com especialistas em economia e finanças

Evento foi realizado nesta terça-feira no Instituto Caldeira e contou com especialistas em economia e finanças

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Ana Stobbe
Ana StobbeRepórterAs análises macroeconômicas dominaram os primeiros paineis da terceira edição do Fórum Econômico, realizada nesta terça-feira (2) no Instituto Caldeira. O evento, fruto de uma parceria entre o Jornal do Comércio e a Apex Partners, reuniu especialistas em economia que discutiram o cenário de finanças no País e as perspectivas para investimentos.
O especialista econômico do instituto de pesquisas Futura, Lucas Schuller, iniciou a tarde do encontro com uma apresentação dos principais indicadores recentes. Conforme apontou, a economia brasileira passa por uma desaceleração, que deverá ser mantida conforme o índice IBC-Br, que oferece uma prévia do Produto Interno Bruto do País. A perspectiva é acompanhada por um desaquecimento das famílias, dos governos e nos investimentos ao observar o consumo.
cenário é marcado, ainda, por um ano de juros altos, com a taxa Selic a 15% — a maior das últimas duas décadas — durante a maior parte do período, imposta para responder a variações do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e manter a inflação brasileira dentro da meta de até 3% ao ano. Em contraste, o mercado de trabalho se mostrou aquecido, com o desemprego atingindo o menor nível histórico apesar do ritmo da geração de empregos formais estarem diminuindo.
Schuller destacou, também, que a dívida pública aumentou nos últimos anos, com tendência de forte crescimento. O cenário fiscal foi descrito por ele como “desafiador e incerto”. O Futura, aliás, realiza pesquisas sobre cenários eleitorais e de avaliação de governos, que foram compartilhados na sequência. 
Ao analisar as relações com o comércio exterior, foi possível observar um equilíbrio. Afinal, embora as exportações aos Estados Unidos tenham sido reduzidas devido ao tarifaço, elas foram compensadas pelos produtos vendidos a outros países, mantendo a balança comercial estável. Schuller analisa que, nesse contexto, o dólar perdeu sua força ao longo do ano em um nível global, valorizando outras moedas, entre elas, o real brasileiro.
tema voltou ao foco com o painel Cenário Macroeconômico e Impactos para os Investimentos, mediado pelo diretor institucional da Apex, Humberto Peres. A conversa reuniu importantes nomes do mercado financeiro: o pesquisador econômico do BTG Pactual, Samuel Pessôa, o economista-chefe da Apex Partners, Arilton Teixeira, o CEO da Mar Asset, Bruno Coutinho, e o economista-chefe da Vivest, André Loes.
A perspectiva compartilhada pela maior parte dos painelistas foi de que, após um impacto, a economia dos Estados Unidos está se estabilizando. “Veio o choque, mas a coisa já normalizou e voltou ao status quo. É uma economia que tem mais progresso tecnológico, cresce mais do que o resto por conta de um execpcionalismo. Então, tem crescimento maior, taxa de investimento maior e sustenta isso com otimismo. Tem o déficit externo, que o governo manda capital para lá. E isso está se reconstruindo, vida que segue”, avalia Pessôa.
Até mesmo a inflação deverá recuar. Conforme os painelistas, a máxima de que a economia estadunidense não é inflacionária ainda vale, pois as alterações sofridas nela foram temporárias. Por outro lado, os especialistas acreditam que a Europa irá enfrentar desafios financeiros com o aumento de gastos subsidiado pela carga tributária.

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