26 DE JULHO DE 2018
+ ECONOMIA
OTIMISMO APÓS TEMOR
Depois de recentes vendavais, o tempo ficou mais tranquilo no mercado financeiro. Ontem, a bolsa de valores de São Paulo fechou em alta de 1,34%, a 80.218 pontos, o maior nível desde 23 de maio. Ao final da sessão, o dólar teve queda de 1,09%, cotado a R$ 3,70, o menor patamar desde 25 de maio.
Os resultados refletem movimentações no radar externo. Após reunião com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, Donald Trump afirmou que os Estados Unidos e a União Europeia trabalharão para zerar tarifas. A leitura de investidores é de que a declaração ajuda a frear possíveis efeitos de uma guerra comercial.
Na terça-feira, a China havia confirmado ações de estímulo à economia local, como redução de impostos. Na ocasião, o anúncio também repercutiu de maneira positiva no mercado financeiro.
- Os impactos de uma guerra comercial entre China e EUA seriam negativos, com a contração do comércio internacional - afirma o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro.
Para o analista Valter Bianchi Filho, sócio-diretor da Fundamenta Investimentos, a economia chinesa fortalecida tende a beneficiar parceiros como o Brasil. No Estado, os asiáticos são responsáveis por investimentos em áreas como a de energia.
- A China vem passando por processo de desaceleração de seu crescimento, o que é normal. É uma grande compradora de commodities brasileiras. Então, o país indo bem é uma boa notícia para nossas exportações - sublinha Bianchi Filho.
No cenário nacional, investidores seguem atentos aos desdobramentos da corrida eleitoral e depositam simpatia em candidatos pró-reformas. Balanços de empresas com números positivos também aumentam a confiança.
Ao avaliar o horizonte para o mercado financeiro, Bianchi Filho ressalta a existência de incertezas. As dúvidas são provocadas, principalmente, pelas eleições. Ou seja, o tempo pode fechar até outubro.
- Tudo dependerá da agenda eleitoral - pontua o analista.
O índice de saúde financeira do gaúcho evoluiu quase quatro vezes acima da média nacional no primeiro semestre, conforme o aplicativo GuiaBolso. O RS encerrou o período com elevação de 3,7% frente ao mesmo intervalo de 2017. No país, a alta foi de 1%.
A padaria Sweez, de Caxias do Sul, quer colocar fermento nos negócios. Para isso, acaba de tirar do forno parceria com o Hard Rock Cafe de Gramado, aberto ao público neste mês. O acordo prevê que a empresa caxiense forneça os pães para os lanches da marca americana.
Sócio-proprietário da Sweez, o argentino Ariel Lettieri, que vive no Estado desde 2015, projeta que o contrato poderá fazer com que o faturamento da padaria cresça 25% neste ano. Em 2017, a alta foi de 20%, conforme o empresário.
- Muitas padarias usam farinhas com componentes químicos que tornam a fermentação mais rápida. Nosso conceito é artesanal. Nenhuma das nossas receitas entra no forno antes de 24 horas de fermentação - afirma Lettieri.
SAIU DO FORNO
LEONARDO VIECELI
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