04 DE JULHO DE 2018
TECNOLOGIA E PUBLICIDADE
Google deixa empresas lerem e-mail de usuários, diz jornal
O Google não cumpriu a promessa que fez há um ano e ainda permite que desenvolvedores tenham acesso aos e-mails dos usuários do Gmail para traçar perfis e personalizar os anúncios, afirmou o jornal The Wall Street Journal. A publicação entrevistou mais de 20 funcionários (atuais e antigos) de empresas que desenvolvem aplicativos.
A companhia continua permitindo que centenas de softwares externos possam explorar as caixas de entrada dos milhões de usuários do Gmail. Segundo o The Wall Street Journal, o Google fez pouco para evitar esse tipo de invasão de privacidade.
O jornal descobriu que uma dessas empresas, a Return Path, coletava informações das caixas de e-mail de mais de dois milhões de pessoas, que usaram a conta do Gmail/Microsoft ou Yahoo para se cadastrar em um dos vários aplicativos oferecidos pela companhia. Thede Loder, chefe de tecnologia da eDataSource, concorrente da Return Path, disse que o uso dos dados coletados em e-mails para o envio de publicidade é uma prática comum, feita há anos. O executivo disse que isso era considerado um "segredo sujo", conhecido entre empresas que trabalham com dados. Lorder afirmou que a eDataSource baniu recentemente o escaneamento de dados de e-mails.
Em nota ao The Wall Street Journal, o Google afirmou que libera o acesso às informações do Gmail só a empresas terceiras que tenham pedido e recebido permissão dos usuários. "Os próprios funcionários do Google leem e-mails apenas em casos muito específicos em que o usuário pede e dá o consentimento, ou onde precisamos para fins de segurança, como investigar um bug ou abuso", disse.
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